“O único plano de paz possível é que o regime de Kiev compreenda que a sua política não tem perspectivas e que precisa de acordar”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, aos jornalistas, segundo a Lusa.
O líder da Ucrânia esteve ontem, de manhã, a apresentar aos deputados ucranianos o seu “plano de vitória” para a guerra, depois de ter abordado o documento com alguns dos principais aliados ocidentais com o objectivo de os convencer a ajudá-lo a pôr em prática as medidas delineadas por Kiev e a derrotar a Rússia.
Esta apresentação no parlamento ucraniano acontece na véspera de Zelensky ir a Bruxelas para participar, como convidado, no Conselho Europeu que decorre Quinta e Sexta-feira. Na ocasião, o líder ucraniano irá apresentar os pormenores do plano aos 27 do bloco europeu.
O plano de Zelensky inclui uma vertente militar, prevendo-se, para isso, ajuda e autorizações dos aliados ocidentais, sobretudo da União Europeia (UE) e dos Estados Unidos, para usar armas de longo alcance doadas para atacar alvos em solo russo.
O plano prevê também que a Ucrânia continue a fazer avanços no terreno contra as forças russas, o que lhe daria argumentos para obrigar a Rússia a sentar-se à mesa das negociações, numa cimeira de paz.
Ontem, na intervenção no parlamento ucraniano, Zelensky rejeitou a possibilidade de ceder território à Rússia ou aceitar um “congelamento” na linha da frente, sublinhando que a Rússia vai perder a guerra iniciada em Fevereiro de 2022.
“A Rússia vai perder a guerra contra a Ucrânia. Não pode haver um ‘congelamento’ (da frente). Não pode haver qualquer troca relativamente ao território da Ucrânia ou à sua soberania”, defendeu.
A Ucrânia e os seus aliados devem “forçar a Rússia a participar numa cimeira de paz e estar pronta para acabar com a guerra”, afirmou ainda o Presidente ucraniano, sublinhando que o plano de vitória foi preparado “para os ucranianos”.
Ainda no parlamento, Zelensky propôs a instalação, na Ucrânia, de um conjunto completo de medidas estratégicas de dissuasão não nucleares que, segundo defendeu, “serão suficientes para proteger a Ucrânia de qualquer ameaça militar da Rússia”.
Outra vertente do plano, mais encaminhada, é a adesão da Ucrânia à UE, indicaram esta semana funcionários europeus, que realçam os progressos ucranianos nas reformas exigidas para entrada no bloco comunitário e que servem de inspiração a outros países candidatos dos Balcãs Ocidentais, que iniciaram o processo há vários anos.
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de Fevereiro de 2022. Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra sectores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.