Mais do que apresentar ao público a sua arte, Guilherme Mampuya quer “eternizar” o seu legado, deixando patente a sua marca na história das artes plásticas em Angola com a conclusão das obras de construção da sua Casa Museu, no distrito do Zango-1, em Luanda, cuja inauguração deverá acontecer dentro de dois meses
Com mais de vinte anos de carreira e obras espalhadas pelo mundo, o artista plástico Guilherme Mampuya quer descrever a sua própria história e a do seu país através da pintura e da escultura e impactar a vida das pessoas, em especial as novas e futuras gerações, colocando à disposição do público um espaço onde, a qualquer hora e momento, será possível ‘respirar’ e ‘aspirar’ arte com alma e profundidade.
Deixar visivelmente patente a sua marca e ‘perpetuar’ o seu legado de modo que seja sempre lembrado por aqueles que, posteriormente, tencionarem emergir pelo mundo das artes plásticas em Angola, quer como artista quer como consumidor e/ou apreciador da arte, estão entre as principais razões que levaram o artista a transformar parte da sua própria residência em um “Museu Artístico” ou simplesmente ‘Casa Museu’, cujas obras já se encontram em fase de acabamento.
À equipa de reportagem do Jornal OPAÍS, Mampuya contou, detalhadamente, como surgiu a ideia do museu e como anda o processo de execução das obras daquela que poderá ser uma das Casas Museus da província de Luanda, juntando-se às já exis- tentes.
“A ideia surgiu há quase dez anos. Uma vez já tinha 14 anos de carreira, sentia a necessidade de deixar patente o meu legado. Precisava de um espaço onde, mesmo que eu já não esteja vivo, as pessoas pudessem ver as minhas obras, acompanhar o trajecto e quem sabe poderem se inspirar nelas.
É também um espaço onde eu pretendo contar a história do meu país através da arte”, começou por explicar o autor. Guilherme realça que desde sempre quis erguer um espaço onde pudesse partilhar com o público a sua arte e a sua história, permitindo que as pessoas se possam sentir tocadas e abraçadas emocionalmente pelas artes plásticas, através das suas obras.
Impulsionado por este incessante desejo de compartilhar a magia da arte, foi assim que em 2016 o artista inaugurou a sua galeria de artes, com o seu próprio nome “Guilherme Mampuya”, configurando-se assim como o primeiro passo rumo às suas realizações pessoais e profissionais. Sublinhou que, mais do que realizar um sonho, foi a realização de uma paixão infinita pela arte e pelas pessoas.