A ministra do Ambiente, Ana Paula de Carvalho, defendeu, em Cabinda, a inclusão no sistema/processo de ensino e aprendizagem de programas educativos ambientais nas escolas de ensino de base do país
Ana Paula de Carvalho, que falava no primeiro conselho consultivo do Ministério do Ambiente, da actual legislatura, realizado Sexta-feira e Sábado, na província mais ao norte do país, disse que o objectivo é reproduzir uma reflexão no pro- cesso de aprendizagem dos estudantes de matérias ligadas à defesa do meio ambiente, uma vez que as preocupações ambientais devem ser iniciadas a partir da infância.
Com efeito, segundo a ministra do Ambiente, torna-se imperioso trabalhar com as crianças e os jovens sobre a importância que a natureza e o ambiente representam nas nossas vidas, bem como sobre os desafios da crise ambiental e das possibilidades para a acção social.
Em termos de educação ambiental, de acordo com Ana Paula de Carvalho, a formação docente precisa incluir uma preparação específica para que os professores possam interagir com os alunos, além de actuarem complementando a problemática em suas diferentes interfases com acções críticas que levam as transformações socioculturais.
“O desenvolvimento sustentável é aquele que se encontra nas necessidades habituais de com- prometer a habilidade das futuras gerações de entender as suas próprias necessidades ao mesmo tempo que deve ser incluída a área económica, social e ambiental”, sublinhou a governante.
O Ministério do Ambiente, que realizou o seu primeiro Conselho Consultivo sob o lema “Pela vida e pelo futuro, construamos um ambiente equilibrado e sustentável”, numa altura em que o ministério tem concluído o plano de acção para as alterações climáticas. Para a educação ambiental, uma experiência nova no Ministério do Ambiente, Ana Paula de Carvalho pretende que a sua acção se torne emblemática para incidir direitamente na consciencialização das populações sobre a defesa do meio ambiente.
Socorrendo-se ao artigo 39º da nossa Constituição, Ana Paula de Carvalho recordou o direito que todos têm de viver num ambiente sadio e não poluído, mas ressaltou a necessidade da sua defesa e preservação. O desenvolvimento sustentável, referiu, requer que as sociedades atendam as necessidades humanas tanto pelo aumento das potencialidades produtivo como pela garantia das oportunidades iguais para todos. “No mínimo, o desenvolvimento sustentável não deve pôr em risco os sistemas naturais que sustentam a vida na terra, na at-mosfera, na água, nos solos, os seres vivos.”
Na sua essência, explicou a ministra, o desenvolvimento sustentável é o processo de mudança no qual a exploração dos recursos, o direccionamento do investimento, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional estão em harmonia e reforçam o actual e futuro potencial para satisfazer as aspirações e necessidades humanas.
Degradação do ambiente
O fenómeno do ravinamento, a degradação de mangais no município de Cacongo, a poluição costeira e a devastação flores tal são as questões preocupantes que afectam o meio ambiente na província de Cabinda. A par disso, está igualmente o conflito homem/animal com destaque para os elefantes que devastam campos agrícolas e ameaçam a integridade física de algumas comunidades rurais, assim como os danos ao ecossistema decorrente da exploração mineral, particularmente o ouro nos municípios de Buco-Zau e Belize.
Para debelar estas situações, a governadora de Cabinda, Mara Quiosa, garantiu que no quinquénio 2023/ 2027 os governos central e provincial de Cabinda prevêem intervir no sector ambiental de forma estrutural, materializando projectos de os aterros sanitários evoluírem para centros de recolha, tratamento e valorização de resíduos.
Adiantou que serão criadas todas condições para a implementação de estações de tratamento de águas residuais, estancamento de ravinas, bem como a execução de obras de macro drenagem e o desassoreamento do rio Lucola visando marcar um ponto de viragem no aspecto do saneamento básico e da preservação da biodiversidade.
Em relação à construção de aterros sanitários, Mara Quiosa apelou a boa sensibilidade do Ministério do Ambiente, na pessoa da ministra Ana Paulo de Carvalho, para que, dentro das prioridades do sector, inclua a província de Cabinda na lista das prioridades de modo a solucionar o problema do tratamento do lixo, uma questão que preocupa bastante a população local.
“Queremos dar um passo em termos de reciclagem do lixo para a promoção da economia circular, haver menos poluição do mar e outras bacias hidrográficas com o tratamento dos esgotos para garantir maior higiene urbana, melhor saúde pública e segurança ambiental para todos.”
POR: Alberto Coelho, em Cabinda