A situação preocupa as autoridades locais, bem como as organizações nãogovernamentais, como é o caso da ANASO – que fez tal revelação, em exclusivo ao jornal OPAÍS. Júlio Kambongue, o representante da ANASO no Cuando Cubango, disse que, para além do facto de terem dificuldades de medicamentos, camisinhas e outros elementos necessários para o devido acompanhamento dos doentes, está o abandono do tratamento.
Têm naquela província o registo de 1189 casos positivos, dos quais 115 crianças (dos 0 aos 5 anos), 233 grávidas e 841 adultos, e a maior parte destes estão no município sede, em Menongue. “Um total de 137 pessoas abandonaram o tratamento. Um número bastante elevado para aquilo que é a localidade”, disse.
O entrevistado voltou a frisar que há ruptura de medicamentos, “não há medicamentos nem preservativos para a prevenção”. Precisam ainda, a par dos medicamentos, de mosquiteiros e todos elementos que fazem parte do tratamento de pessoas que vivem com esta doença. Muitos doentes estão a abandonar o tratamento também por falta de condições financeira, alimentação, também no Cunene, segundo o responsável da ANASO naquela província, Anastácio Haimakatupa.
“As pessoas com esta doença têm uma medicação muito forte e, deste modo, precisam de uma alimentação que corresponda com as suas necessidades, o que não existe na província. Precisamos de cesta básica para os doentes, mosquiteiros, água, etc.”, disse. Por sua vez, Veloso Mateus, na província do Bié, manifestou que a situação do VIH- SIDA naquela província é bastante preocupante. O responsável disse que tem notado um aumento considerável, registou 50 casos de óbitos no ano passado, 2668 testes positivos, num total de 97.900 pessoas testadas. Tem 770 gestantes positivas, e 119 crianças positivas.