Uma delegação do Ministério do Ambiente participou das XXX Jornadas Pedagógicas de Educação Ambiental, em Portugal. Na ocasião, a PCA da Agência Nacional de Resíduos, Nelma Caetano, falou de alguns projectos que estão a ser implementados no nosso país neste sentido, com destaque para o PEDUR. O PEDUR, segundo a PCA, que está a ser implementado em 33 escolas e em sete províncias do país, é um projecto lançado em 2022 que atinge, neste momento, 10 mil estudantes.
“O objectivo principal é o de desenvolver habilidades aos estudantes para gerar atitudes com efeito multiplicador do conhecimento nas comunidades e preservar o ambiente”, disse. Uma das particularidades deste projecto é a componente de oficinas, nas quais são desenvolvidas actividades como a valorização do óleo de cozinha usado para a produção de sabão; a utilização de tecidos de roupas usadas para a produção de vasos, bem como a valorização da produção de mobiliário artesanal.
As Jornadas Pedagógicas de Educação Ambiental em Portugal, promovida pela Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA), foi de 19 a 21 do corrente mês e, nesta edição, foram discutidos vários temas ligados à educação ambiental. A PCA da ANR apresentou o tema “A educação ambiental e a gestão de resíduos em Angola” que, para além do projecto PEDUR, falou ainda do Projecto Eco-Escola, uma iniciativa que surge numa zona periférica de Luanda, para apoiar as crianças mais desfavorecidas.
“Nesta escola, as crianças pagam as suas propinas com o lixo. A direcção permite que os pais e encarregados de educação paguem as propinas dos seus educandos levando uma quantidade de resíduos não estipulada. Aqui também os alunos são incentivados a valorizar os resíduos angariados, e os valores provenientes da venda dos artigos são aplicados para a merenda escolar dos alunos durante o ciclo lectivo”, sustentou. Desde a sua fundação, a escola em referência já recebeu mais de duas toneladas de garrafas pet, papelão, latas e garrafas de vidro.
Projecto de inserção social dos catadores de resíduos
Para finalizar, Nelma Caetano falou do projecto de inserção social dos catadores de resíduos (PICAR), uma iniciativa interministerial que visa atribuir carteiras profissionais aos catadores de resíduos. Estes profissionais são capacitados de modo a transformar a forma precária como desempenham as suas actividades laborais. Recebem uma formação e lhes é atribuído material de segurança, higiene e criam cooperativas de catadores de resíduos.
O PICAR já registou mais de 20 cooperativas em todo país. As XXX Jornadas Pedagógicas de Educação Ambiental, subordinadas ao tema “educação ambiental – territórios e políticas de proximidade: desafios e oportunidades”, trouxeram um percurso de 30 anos com os actores, as aprendizagens, as experiências e as partilhas que têm contribuído para a construção do campo da Educação Ambiental em Portugal e na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e Galiza.
A Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA) tem vindo a promover, de forma descentralizada, as Jornadas Pedagógicas de Educação Ambiental em Portugal, com periodicidade anual e temáticas diversificadas. Em 2024, Caldas da Rainha é o local escolhido para receber este evento de âmbito internacional.
As sessões e actividades das jornadas foram distribuídas em quatro eixos temáticos, nomeadamente, a Educação Ambiental: Biodiversidade e Geodiversidade; a Educação Ambiental: Arte e Cultura na Prática Pedagógica; a Educação Ambiental: Ecocidadania e Governança e Educação Ambiental: Ciência e Inovação Pedagógica.