A forte chuva que se abateu na madrugada de domingo sobre a província de Cabinda provocou a morte de três pessoas, duas menores de 6 e 8 anos de e um adolescente de 17 anos, nos bairros Povo Grande e Buco-Ngoio, arredores da cidade. Em resposta, o Governo promete realojar algumas famílias que se encontram em zona de risco
As vítimas foram surpreendidas quando as moradias onde viviam, construídas com material precário (adobe), não resistiram a carga de água e acabaram por desabar sobre as mesmas. A governadora provincial de Cabinda, Mara Quiosa, anunciou, após se ter deslocado a vários pontos da cidade e bairros periféricos para constatar os danos causados pela chuva, que o governo vai, nos próximos dias, realojar algumas das famílias que se encontram em zonas de risco.
“Temos programado para os próximos 15 dias, o realojamento de algumas famílias que se encontram neste momento a residir no morro do Tchizo para zonas mais seguras, concretamente na zona de Talisumbi”, frisou. Mara Quiosa, que se mostrou constrangida diante desse infortúnio, lamentou que, sempre que chove na província, há o registo de desabamento de residências, sobretudo, àquelas construídas em zonas de risco.
“Continuamos a apelar as nossas populações para a necessidade de deixarmos de construir em zonas de passagem de água para preservar o nosso bem-estar e a vida das pessoas”. Em relação às vítimas acima referidas, a governante garantiu que a Secretaria Provincial da Acção Social, Família e Igualdade do Género vai trabalhar para garantir o apoio necessário às famílias das vítimas, “perante uma situação muito delicada que estamos a viver neste momento”, sublinhou.
Para além das vítimas mortais, a chuva causou danos consideráveis, deixando um rasto de destruição de algumas vias de acesso, a inundação de 205 casas nos bairros Chiweca, A Resistência e Gika. Os dados indicam ainda que dois postos de iluminação pública e igual número de postos de distribuição de energia eléctrica caíram na área de Cadula.
Novas ravinas
Registou-se igualmente o surgimento de novas ravinas devi- do à força da correnteza das águas pluviométricas, o que está a causar constrangimento na circulação de pessoas e respectivos bens. Na localidade do Chiazi, a chuva fez com que uma ravina progredisse, provocando a desintegração da conduta principal de 1000 milímetros que transporta 550 litros de água tratada por segundo da ETA do Sassa-Zau para os centros de distribuição de Tchizo e Simindele.
O presidente do Conselho de Administração da Empresa de Águas de Cabinda, João Baptista Franque, disse que com a danificação da referida conduta, que abastece o centro de distribuição de Simendele, ficam afectados os bairros do perímetro Subantando, 4 de Abril, Zongolo, Chinga e Lucola. Em relação ao centro de distribuição do Tchizo, ficam fora de abastecimento os bairros periféricos da cidade de Cabinda, designadamente Povo Grande, Chiweca, Luvassa, Amílcar Cabral, Gika e o Luta Continua.
“Enquanto se desenvolvem os trabalhos de reposição, dispomos ainda de um volume aceitável na ordem dos 22 mil metros cúbicos que vamos proceder à distribuição nos próximos quatro dias de forma intermitente”, frisou. Ainda como consequência da chuva, dois postos de transporte de energia eléctrica desabaram e os técnicos da ENDE foram chamados no local para isolar os cabos do ramal em causa que deixaram sem luz eléctrica as zonas de Lombolombo e Amílcar Cabral.
Mota-engil trabalha para acabar com inundações
De acordo com Mara Quiosa, a situação de inundação que a cidade de Cabinda e os bairros periféricos vivem passa por novas obras de macrodrenangem, já que as actuais vias de drenagem das águas pluviais são muito antigas e muitas delas datam desde a era colonial e têm dado mostras de não estarem a suportar a demanda. Para tal, adiantou que já foi feito, pela empresa Mota-Engil, o trabalho de levantamento detalhado daquilo que são as necessidades em termos de macrodrenangem para a cidade de Cabinda.
POR: Alberto Coelho, Cabinda