O projecto da empresa de construção civil CARMON insere-se no âmbito do cumprimento da sua responsabilidade social, segundo os responsáveis da mesma que falam em criação de salas de alfabetização nas comunidades de Angola, onde estiverem a levar a cabo uma obra
A empresa de construção civil e engenharias especiais, CARMON, e o Ministério da Educação (MED) rubricaram, ontem, um protocolo de parceria, com o intuito de apoiar as comunidades no processo de alfabetização e aceleração escolar.
A iniciativa da empresa resulta do facto de ter registado no seu colectivo de trabalho alguns funcionários analfabetos, um sinal que lhes deu a indicação de que nas zonas onde os mesmos residiam existia o fenómeno de forma preocupante.
“Essa iniciativa data de 2016, ao nível interno, que havia colaboradores com dificuldades de escrita e de leitura.
Então, em 2018, assinamos um protocolo com o ministério, na pessoa da ministra da Educação, Maria Cândida Pereira Teixeira, e começamos com o projecto, alfabetizando os colegas”, lembrou o coordenador da direcção jurídica da CARMON, tendo adiantado que, fruto dos resultados animadores obtidos, nessa altura, a gestão da empresa decidiu alargar o projecto.
Segundo Roberto Keta, a partir dessa data, onde existir um estaleiro da empresa e respectiva obra, instala-se uma estrutura para o processo que considerou de aprendizagem recuperável.
“Ou, então, se identificarmos que há outras estruturas fora do estaleiro, junto de certa comunidade com esta necessidade, passamos a apetrechar as salas com materiais para apoiar os alfabetizandos, tais como cadernos, esferográficas, manuais de orientação de alfabetização”, detalhou Roberto Keta, acrescentando que os incentivos (remunerações) aos alfabetizadores também ficam a cargo da CARMON.
O responsável da construtora dá-se por contente pelo número de alfabetizados alcançado, ao ponto de estimar que, em dois anos (2018 e 2019), mais de 2 mil pessoas com as dificuldades de invocadas passaram a ler, escrever, interpretar e calcular.
Roberto Keta não deixou de falar do interregno que o andamento do projecto registou, de 2020 até à data da assinatura deste protocolo, por conta da pandemia da Covid-19, para explicar que a nova empreitada já se efectivará com uma experiência adquirida, esperando-se, deste modo, resultados melhorados.
Por ser de âmbito nacional, além de Luanda, a construtora civil já levou o projecto para as províncias de Malanje, Lundas Sul e Norte, estando em curso a implementação no ciclo provincial do Namibe e onde a empresa ganhar um concurso de construção de estradas e não só.
Crédito à construtora civil
Para o Ministério da Educação, o testemunho da assinatura de parceria entre as duas instituições, que visa a implementação de turmas de alfabetização de adultos, nos estaleiros da CARMON e nas comunidades circundantes, deve ser entendido como a renovação de um acordo, uma vez que já existia um que vigorou de 23 de Março de 2018 até 2022.
“O ministério voltou a dar um voto de confiança à CARMON, porque, em função do balanço feito, se tem mostrado bastante frutífero”, disse o director nacional da Educação de Jovens e Adultos, Evaristo João Pedro, para quem à construtora cabe a criação de condições de turmas de alfabetização dos seus colaboradores e outros, nos seus estaleiros e nas comunidades onde operar, e os incentivos ou remunerações para os alfabetizadores.
Ao ministério reserva-se a tarefa de formar esses instrutores, certificar as aprendizagens que forem ministradas nas suas turmas, de modo que os alfabetizados possam dar seguimento dos seus estudos, noutras paragens.
Evaristo Pedro louvou o empenho da CARMON, referindose do facto de, até à data desta entrevista, a construtora civil já não possuir, no seio da sua força de trabalho, indivíduos com necessidades, no âmbito da educação de jovens e adultos.
“Nesse momento, a parceria será no sentido de garantir que as comunidades beneficiem do acesso à educação, tendo em conta as turmas que serão criadas dentro desse acordo”, frisou Evaristo Pedro.