A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, disse, ontem, 31, em Luanda, que desde a independência Nacional Angola sempre considerou prioritária a questão da protecção ambiental e que o Presidente João Manuel Lourenço, no plano interno e externo, faz ouvir a sua voz nesta matéria
A Vice-presidente da República, Esperança da Costa, fez estas declarações durante o discurso de abertura da I Conferência Regional sobre as Alterações Climáticas, realizada pela Organização Pan-africana de Mulheres (OPM), sob o lema “A Resiliência da Mulher Africana: o contributo ao sector da Agricultura para a adaptação às alterações Climáticas”.
Na ocasião, Esperança da Costa apontou algumas acções concretas que o Governo angolano desenvolve para a mitigação das alterações climáticas, havendo uma estratégia para as alterações climaticas até 2035, que entre outras acções prevê os efeitos da seca no Sul do país, a transição energética e o equilibrio ecológico, com vista a garantir os direitos das gerações vindouras.
No plano externo, a Vice-Presidente da República referiu que Angola assumiu compromissos, por exemplo, a Agenda 2030 e o Acordo de París, em que assume a redução de carbono. Aos paises participantes, Esperança da Costa recomendou a adopção urgente de um modelo de desenvolvimento de baixo carbono e a realização de investimentos estruturantes para travar o agravamento da “defastação” climatica. “As alterações climaticas representam uma ameaça à humanidade”, lembrou, para mais adiante lamentar que o continente africano pouco ou nada contribui para o fenómeno da poluição e é o que mais sofre as consequências da poluição ambiental.
Emponderar as mulheres é um desafio
As alterações climaticas estão a emprobrecer as mulheres que produzem cerca de 80% da alimentação que é consumida no continente. A seca e as inundações estão a reduzir a produção agrícola, de acordo com a governante, pelo que apelou apoio às mulheres. “É necessário apoiar as mulheres no acesso à tecnológia, conhecimento e recursos financeiros, com vista a travar os efeitos das alteraçoes climáticas e possam evoluir para agricultura moderna e produzir mais”, destacou.
“As mulheres têm um sagrado dever de deixar um mundo melhor para as futuras gerações, para tal precisam ser emponderadas”, referenciou. A Vice-Presidente da República notou que são várias as inicitivas para protecção do ambiente liderado por mulheres, em África, dando o exemplo da queniana, Wandiri Matari, que plantou 50 milhões de árvores, o que lhe mereceu o prémio Nobel, em 2014.
Por sua vez, a comissária para a Economia Rural e Agricultura da Comissão da União Africana, Josefa Sacko, adiantou que a região da SADC tem de se esforçar em desenvolver mais a sua agricultura para tirar o grosso de pessoas em condições de desnutrição.
Por dentro da conferência
O encontro realizado pela Organização Pan-africana de Mulheres juntou paises como Malawi, Reino Essuiti, Zimbabué, Uganda, Moçambique, entre outros, que discutiram o contexto actual das alterações climaticas, desafios e implicaçoes nas sociedades da União Africana. Durante o dia, foram abordados três temas, designadamente as linhas gerais do plano de acção da recuperação verde, as inicitivas de- senvolvidas por cada país membro e a questão do genéro, ou seja, a inclusão das mulheres em todas as discussões sobre as questões climaticas.
A OPM, que integra a maior parte dos países de África, tem trabalhado com a União Africana, influenciando a implementação do Estatuto da Mulher no continente e o Protocolo de Maputo, que trata da questão do empoderamento. Entre outras acções, a organização propõe-se a apoiar e defender as mulheres africanas vítimas dos conflitos políticos, do terrorismo e dos conflitos armados.
POR: José Zangui