A educação, como se tem dito nalguns meios, é a chave que abre qualquer porta, sem se questionar o tipo de educação. A educação formal ou informal requer conhecimento e, sobretudo, disponibilidade de tempo das partes interessadas.
É nesta senda que reflectiremos sobre a educação formal, aquela traçada pelo governo quando se trata dos grandes objectivos.
Por conta dos vários problemas identificados no sector da Educação, o Instituto Nacional de Formação de Quadros da Educação (INFQE) elaborou um guia metodológico de apoio à Zona de Influência Pedagógica (ZIP) que visa capacitar professores, pois, como se pode no guia, “um dos grandes desafios do Ministério da Educação é melhorar a qualidade e equidade da formação inicial e contínua dos professores”.
A pergunta que não se quer calar é: por que razão não se faz um mapeamento da necessidade formativa dos professores e posteriormente atribuir bolsas de estudo para o alcance do tal desiderato?
Entretanto, a pergunta acima convoca outras, nomeadamente: – Quando o professor, com o seu mísero salário, procura estudar, a fim de se especializar, por exemplo, é tido como rebelde porquê?
– Por que não se apoia a 50%, por exemplo, as formações dirigidas dos professores? Todavia, sendo um problema que tem criado mal-estar para aqueles professores preocupados com a questão da qualidade do ensino, é bom que se defina a Zona de Influência Pedagógica.
Segundo Instituto Nacional de Formação de Quadros da Educação, Zona de Influência Pedagógica (ZIP) é um órgão de apoio metodológico que congrega um conjunto de escolas próximas umas das outras, a partir de uma escola de referência denominada Escola Sede ou Centro de Recursos.
A definição apresentada pelo INFQE contraria o que se constata na realidade, pois, se a ZIP for um guia metodológico, então, durante os treinamentos dever-se-ia questionar as metodologias usadas para se ensinar um determinado conteúdo e procurar soluções das dificuldades encontradas e/ou identificadas pelo professor ou supervisor pedagógico.
Vale reforçar que, nos dias que correm, as direcções preferem designá-la de TREINAMENTO, o que na verdade tem sido um palco de copiar e transcrever os conteúdos contidos nas dosificações.
Ora, não é nossa pretensão banalizar as Zonas de Influência Pedagógica, mas entendemos que tem sido mal aproveitado de quem é de direito. É, sim, uma medida assertiva.
Porém, mal executada. Por outro lado, tem servido também como forma de avaliar os professores desde a efectividade à entrega do professor nas componentes não lectivas.
Ou seja, para o professor não ser descontado ou ter uma avaliação de desempenho negativa, o que pode beliscar a sua promoção, aceita em ir à ZIP para assinar.
Outro dado que nos inquieta é a operacionalização dos supervisores pedagógicos para haver, de facto, treinamento e orientações metodológicas.
Se nas escolas, sobretudo as do I e II ciclos do Ensino Secundário, Técnico e Pedagógico, há supervisores pedagógicos, então, é mais fácil identificar as dificuldades e por via da ZIP, encontrar estratégias para se ultrapassar as tais dificuldades.
Portanto, sendo um centro de recursos, os serviços mínimos como cópias e/ou impressão de materiais deviam estar disponíveis.
Porém, esta proposição leva-nos a questionar: as zonas de influência pedagógica têm autonomia financeira?
Não havendo estes elementos, há necessidade de se fomentar algo que se tornou mera formalidade? Estas e outras perguntas podem ser respondidas se haver vontade efectiva de se melhorar as condições formativas dos professores.
Por: ANTÓNIO KUTEMA