Bem! Na quinta clas – se, não sei se até agora ainda ocorre, nas pri – meiras aulas da disci – plina de língua portu – guesa aprendemos alguns elemen – tos do processo de comunicação como o emissor, receptor, mensa – gem, código e canal.
Ficamos por aí e bem me lembro na sala 34, na es – cola Ngola Kanine com a professo – ra Ana Cristina, era muit o vaidosa, não a vaidade de Lucífer, mas ex – plicava muito bem.
Na cadeira de comunicação nas organizações que lecciono, a pri – meira aula a contar com a apre – sentação e os objectivos da dis – ciplina, é, precisamente, os ele – mentos constituintes do processo de comunicação para situar aos es – tudantes que sem o domínio des – ses elementos dificilmente se com – preenderá a comunicação nas or – ganizações e a comunicação de uma maneira geral.
Cito Andrew Dubrin que levanta os seguintes elementos do processo de comu – nicação: emissor, receptor, canal, código, mensagem, ambiente, fe – edback e ruído.
Não vamos entrar em detalhe a cada elemento, mas durante estes anos de comunicação institucio – nal , quer a nível profissional quer acadêmico, fui analisando que a estes elementos faltaria um que comungasse ou satisfizesse o efeito essencial da comunicação. Harold Lasswell já tinha nos lembrado pa – ra que a comunicação tenha os seus dividendos, na sua teoria introdu – ziu o efeito, ou seja, todo o acto co – municacional tem de ter efeito.
Repetir o conhecimento ou as visões epistemológicas dos nos – sos mestres algumas vezes não é de todo errado, mas não contex – tualizá-lo pode constituir-se um erro crasso. O conhecimento ou as teorias de – vem ser angolanizadas e é assim que introduzi a palavra VONTA – DE como um dos elementos fun – damentais no processo de comu – nicação à realidade angolana.
Cal – ma, vou explicar: Em nível organizacional, a co – municação para ser estratégica de – pende da vontade de quem a dirige e os conhecimentos que se tem em torno dela. Havendo vontade e co – nhecimento, a comunicação tor – na-se estratégica e os dividendos são maiores. Já não há espaço pa – ra a ausência da comunicação no mundo corporativo.
Uns dão-na importância, mas poucos veem-na como estratégica. E qualquer líder que não olhar à comunicação como estratégia, vai perder. Claramente que os intentos da comunicação são dirigidos a al – guém: grupo alvo. Este grupo alvo que muitas instituições, até agora, não conseguiram identificar é um dos elementos fundamentais (re – ceptor) no processo de comunica – ção.
Por mais que haja boas estraté – gias se este não se interessar com o que é comunicado, não haverá efei – to porque não tem vontade. Daí que é necessário conhecer-se o público antes de se comunicar para a mu – dança de comportamento.
Mas, às vezes, é necessário coerção quan – do se impõe (Covid-19). Deve haver VONTADE no proces – so de comunicação para se estabe – lecer o efeito. Deve haver VONTA – DE aos líderes em tornar a comuni – cação num braço estratégico.
Deve haver VONTADE no receptor em desconstruir a comunicação. De – ve haver VONTADE em conhecer a comunicação institucional co – mo ferramenta de gestão e admi – nistração e não confundi-la com o jornalismo.
Por: HERMENEGILDO DE BRITO