O desporto tem sido, ao longo dos anos, uma das formas mais eficazes de promover a inclusão social. A sua capacidade de unir pessoas de diferentes origens, credos, géneros e capacidades torna-o uma plataforma poderosa para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
É como a “acácia rubra”, símbolo de Benguela, que floresce em diferentes condições, mostrando que, mesmo em solos áridos, a vida e a beleza podem prosperar quando lhes é dada uma oportunidade.
No livro “A Grande História do Desporto” de David Goldblatt, vemos como, ao longo da história, o desporto tem sido uma ferramenta essencial para quebrar barreiras sociais e promover a igualdade.
De eventos olímpicos a campeonatos regionais, o desporto cria um espaço onde o mérito individual é mais importante do que a origem social ou económica. Em Angola, onde as desigualdades sociais ainda são uma realidade, o desporto pode ser um caminho para a inclusão.
Ele oferece uma oportunidade para os jovens, independentemente das suas circunstâncias, se destacarem e encontrarem um espaço de igualdade. Ao proporcionar acesso a actividades desportivas, estamos a criar condições para que todos, sem excepção, possam fazer parte de algo maior, onde o esforço e o talento são as únicas medidas de sucesso.
O desporto, quando utilizado como ferramenta de inclusão, tem o potencial de transformar vidas e comunidades, como a acácia que floresce em diferentes regiões do nosso País.
Ele quebra barreiras, promove o respeito e ensina que as diferenças não são obstáculos, mas sim oportunidades para aprender e crescer juntos. A juventude angolana tem a chance de liderar este movimento de inclusão, usando o desporto para construir um País mais justo, onde todos tenham a oportunidade de alcançar o seu pleno potencial.
A inclusão social promovida pelo desporto também reforça a ideia de que todos têm um papel importante na sociedade. Quando jovens de diferentes origens jogam juntos, eles aprendem que as suas diferenças não os definem, mas sim o seu esforço e dedicação em equipa. Este é um princípio que, se bem aplicado, pode contribuir para a construção de uma sociedade angolana mais coesa e inclusiva.
Podemos pensar no desporto como o rio Kwanza, que atravessa o País de norte a sul, ligando diversas províncias e comunidades. Tal como o Kwanza proporciona vida e desenvolvimento às regiões que atravessa, o desporto tem o potencial de unir os jovens angolanos de diferentes origens, criando um fluxo de oportunidades que atinge todos, independentemente das suas condições iniciais.
O desporto pode, assim, tornarse uma corrente de inclusão e crescimento, levando progresso a cada jovem que encontra ao longo do caminho. Além disso, o desporto inclusivo promove o combate a estigmas e preconceitos.
Ao envolver pessoas com deficiências ou de minorias sociais em actividades desportivas, o desporto quebra barreiras culturais e mostra que o talento, a dedicação e o espírito de equipa não conhecem limitações físicas ou sociais.
Por fim, a promoção de eventos desportivos que envolvam comunidades carentes pode ser um instrumento poderoso de transformação social. Ao oferecer oportunidades de participação a jovens marginalizados, o desporto cria novas perspectivas de vida, reduzindo a desigualdade e abrindo caminhos para a sua integração social e profissional. Este é um compromisso que Angola pode assumir como parte de um plano mais amplo de desenvolvimento social através do desporto.
Por: EDGAR LEANDRO