O desporto, ao longo das últimas décadas, temse afirmado como uma das mais poderosas ferramentas de diplomacia. Muito mais do que competições ou conquistas pessoais, o desporto transcende fronteiras, une Nações, e abre portas para a cooperação internacional.
No actual cenário global, onde tensões geopolíticas e sociais parecem ser uma constante, o desporto surge como um antídoto, capaz de criar pontes de entendimento entre povos e culturas diversas.
A História tem mostrado como o desporto pode ser utilizado para quebrar barreiras. Desde a simbólica “diplomacia do pinguepongue” entre China e Estados Unidos, até a recente inclusão de atletas de Países em conflito que competem lado a lado nos Jogos Olímpicos, o desporto tem a capacidade única de unir onde a política muitas vezes falha.
Não se trata apenas de competição; trata-se de partilha, respeito mútuo e construção de laços que ultrapassam rivalidades. Um exemplo mais profundo desta capacidade de união é explorado no livro “Diplomacy and the Game” de John Gittings, onde o autor analisa como o desporto pode influenciar as relações internacionais.
Assim como um jogo de xadrez, o desporto move peças e abre portas para a reconciliação entre Nações e grupos em conflito. Em Angola, o desporto tem um papel central na nossa identidade cultural e nacional. Mas podemos – e devemos – ir além.
Podemos traçar uma analogia com as tradicionais festas do mar em Benguela, onde todos se reúnem em torno de uma celebração, esquecendo diferenças e abraçando a unidade. Da mesma forma, o desporto une-nos num espírito de cooperação e respeito.
Quando um atleta angolano sobe ao pódio, ele carrega consigo o espírito de uma Nação que valoriza a paz e a solidariedade. A juventude angolana, que tem no desporto uma das suas maiores paixões, deve perceber o seu papel neste processo.
O desporto ensina disciplina, respeito, perseverança e, acima de tudo, trabalho em equipa – qualidades essenciais para a construção de um mundo melhor. É imperativo que a juventude abrace esses valores, utilizando-os como ferramentas para promover uma sociedade mais justa e cooperativa.
O desporto é, e sempre será, uma das ferramentas mais poderosas de transformação social e diplomática. A juventude angolana, com a sua energia e espírito indomável, está destinada a ser protagonista desta nova era, onde o desporto será não apenas uma forma de entretenimento, mas um meio essencial para promover a paz, a união e a cooperação entre os povos.
Por: EDGAR LEANDRO