No ensino da Língua Portuguesa, tem-se constatado vários proventos ocasionados pela abnegação e desamor de muitos no que ao domínio da gramática normativa diz respeito.
Das vezes em que discorri sobre o assunto com alguns pupilos, estes protestavam a língua portuguesa mais propriamente quando o tópico implicava a gramática normativa.
Silva, Melo e Morais (2007, p. 27) dizem que o ensino quando é sistemático ajuda bastante na compreensão do que se é passado. Entretanto, surgem indagações inerentes à gramática normativa.
É de facto difícil aprendê-la? Conforme aflorado várias vezes pelo Mestre Fernando Pestana, aprender as sinuosidades da gramática normativa catapulta imediatamente o indivíduo para um patamar de alta elevação social. Escrever tal qual ela ordena, é um presente para quem quiser sempre bem comunicar-se.
Porém, como devo aprender a dominar essa ferramenta? Não há regras acabadas, saber é a solução. Desse modo, insta salientar que, conquanto esse livro não obedeça aos critérios de leitura iguais aos dos livros de literatura — romances, novelas ou contos —, para usufruir-se das benesses que nos fornece este Manual Didáctico, é vital fazer investigações comparadas e consultas constantes sobre os assuntos essencialmente a serem apreendidos.
No entanto, deve-se acatar e seguir a ordem que a individualiza de outros livros comuns. Do arcabouço gramatical, os estudos possíveis são: morfologia, sintaxe, fonologia e fonética.
Todavia, há alguns gramáticos que creditam igualmente a semântica, pragmática e a estilística. Tendo ciência da factível estrutura, é excessivamente crucial de antemão que o sujeito aprendente tenha noção das funcionalidades de cada uma delas e suas prováveis ligações entre si para a compreensão do todo: o texto.
Assim, a sistematização fónica, mormente os elementos que compõem a palavra e sua representação na fala pelo aparelho fonador, é estudada pela fonética e fonologia.
No sistema morfológico, dessarte, estuda-se a palavra, entrementes, seus elementos mórficos, formação e a composição das classes a que cada uma pertence.
Concomitantemente, ao conjunto da composição da palavra, a sua estrutura e representação, vem a análise do sistema sintáctico, aquele responsável pela arquitectura de frases, orações e períodos. E finalmente segue-se o estudo dos sentidos e significados do nexo entre as palavras.
Essa investigação, consequentemente, é da responsabilidade da semântica, enquanto a pragmática responde à análise do discurso nas várias adversidades de comunicação entre o emissor e receptor.
Não nos podemos esquecer da estilística, que recorre aos efeitos, à ênfase e ao estilo literário que a língua nos proporciona para fazer com que esta esteja viva além daquilo que é o óbvio: a subjectividade linguística.
Por conseguinte, vale asseverar que não é possível aprender a ter domínio da gramática normativa estudando intercaladamente seus campos de actuação. Por exemplo: começar pela sintaxe em vez da fonologia e fonética.
Ou talvez ir para o estudo da estilística, porquanto sem antes passar pela semântica nem pela pragmática.
Pelo facto da gramática normativa ser um conjunto de normas que regem a forma correcta de usar a língua no seu modo padronizado, é imprescindível que se estabeleça metas e propósitos para que o seu estudo e aprendizado não sejam disponibilizados dispersamente, contudo conduzidos e dirigidos a um objectivo claramente delimitado: o “falar” e escrever correctamente.
Por: Gabriel Tomás Chinanga