Estimados, afinal no nosso país há mesmo separação. Se vais nas praças encontras o povo a comer bem barato. A magoga também alimenta o povo, assim como muitos restaurantes dos bairros. Mas em Talatona ou na Ilha de Luanda, os preços da refeição são só para milionários. A carne pode ser mesmo comprada também nos contentores dos armazéns, até porque agora ninguém está a importar mais nada, mas eles cobram tipo estás em Tóquio.
POR: Augusto Lupesse
Pensando bem, e vendo quem frequenta os tais restaurantes, a única conclusão possível é de que aqui em Angola há racismo. Os restaurantes aproveitam o racismo nas empresas e nos salários para também fazerem o seu racismo com os preços das refeições. A maioria do povo angolano, os pretos de sempre, não ganha no mês o que se cobra numa refeição nestes restaurantes.
Os outros pretos não se sentem pretos porque têm muito dinheiro e porque estão em boa companhia nos tais restaurantes. Assim vamos até aonde? Todos os países têm ricos e pobres, mas não são selecionados da forma como se faz no nosso país. Todos tapam os olhos, mas a realidade não mente. E isso não digo só eu que sou angolano, tenho amigos estrangeiros, europeus, que dizem o mesmo, que há uma forma de racismo em Angola e que se nota nos restaurantes e nas praias, nas festas, etc..
Os ricos e os expatriados não se misturam com o povo. Mas é uma pena, porque se o Governo quer mesmo que haja turismo, então tem de promover a forma de vida do povo, é isso que o turista quer ver. O turista come o que o povo come. Se pensam que aquilo de Talatona e da Ilha é turismo, então estão bem enganados.