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As Manifestações Socioculturais do Feitiço – Parte I

Jornal Opais por Jornal Opais
17 de Maio, 2024
Em Opinião
Artigo sem imagem

por: OPaís

Todos já ouvimos falar de feitiço e todos possivelmente já tenhamos sido afectados por ele [em dada altura], para o bem ou para o mal.

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Os feitiços podem ser usados para diversos fins, como proteção contra inimigos, cura de doenças, busca por amor, sorte e prosperidade, entre outros.

Em Angola, a crença em feitiços ou em práticas relacionadas à magia é parte integrante da cultura e da espiritualidade de muitas pessoas.

O uso de feitiços pode estar ligado a várias crenças e práticas tradicionais, incluindo a crença na influência dos espíritos dos ancestrais, na proteção espiritual e na busca por soluções para problemas pessoais, sociais ou de saúde.

Não podemos esquecer, e alias bem fala disso Caldas, que as legislações de origem colonial sobre feitiçaria buscavam explicitamente coibir o fenômeno reprimindo as acusações de feitiçaria e seus agentes (feiticeiros, curandeiros) e métodos de detenção de feiticeiros (ordálio e outros rituais de adivinhação).

A Bula Super illus specula (1326) – por exemplo – tornava a feitiçaria uma heresia. E crime, e a partir de 1536, em Portugal, a Inquisição se aliou a essas duas instâncias.

Óbvio que não podemos ignorar que as populações primitivas da Europa, como as dos outros continentes, conheciam os charmes ou a feitiçaria […] mas o essencial da nova demonolatria – o pacto com Satã, o sabá das feiticeiras, as relações carnais com os demônios, etc. – assim como a estrutura sistemática e hierarquizada do reino diabólico, são criações que datam do fim da Idade Média (expressa H.R.

Trevor-Roper). Assim, o surgimento da chamada “ressurgência” dos fenômenos relacionados à feitiçaria envolvendo acusações e ataques a supostos feiticeiros em diversos países africanos, tem posto por terra a ideia de que a feitiçaria seja um resíduo de crenças persistentes em populações pouco assimiladas à vida moderna.

Pelo contrário, a feitiçaria tem -revelado um fenômeno relacionado ao espaço urbano e à economia de mercado, servindo de linguagem a disputas políticas e eleitorais e veiculada inclusive entre população escolarizada e cristianizada (Geschiere 1997, Moore e Sanders 2001).

Desde modo, consideremos também que os casos de feitiçaria em Angola têm sido frequentemente registados ao longo dos anos e é um fenómeno que tem aumentado no país nas últimas três décadas (ALTUNA 1985; CARVALHO 1989; Et. Opus).

Para muitos, o feitiço é um fenómeno maquiavélico e completamente do mal. Ao passo que para outros, ela é a coisa mais indispensável e necessária, que qualquer pessoa deve recorrer para êxito e sucesso, visto que, para eles, a gestão com sucesso de forças ocultas tem sido desde há muito tempo um pré-requisito lógico para obter e manter estatuto social e riqueza (SANDERS 2001: 162).

A acumulação individual de riqueza para esses angolanos tem uma relação estreita com a feitiçaria, já que, tendo em conta o modo de produção camponês e as formas de alienação da terra, historicamente, estes aspectos funcionam como limitantes da acumulação, pelo que esta apenas pode ser explicada por causas ocultas.

Enfim, não podemos negar que o feitiço directada ou indirectamente afecta a vida de praticamente todos os angolanos (para o bem ou para o mal).

Portanto, inútil seria esconder – obviamente – que a crença em feitiços ou em práticas relacionadas à magia é parte integrante da cultura e da espiritualidade de muitas pessoas nos países; o que a torna, consequentemente, uma parte enraizante da nossa própria cultura.

 

Por: SAMPAIO HERCULANO

*Finalista em História pela Faculdade de Ciências Socais da UAN

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