Oito meses depois de ser detida, Ana Patrícia Queiroz, de 42 anos de idade, acusada de ter orquestrado a morte de sua amiga, Sebastiana Neto, de 57 anos de idade, foi condenada pelo Tribunal de Comarca de Luanda a 32 anos de prisão
Foi em Abril do corrente ano que ficamos a saber da triste história da morte de Sebastiana de Fátima Rosário dos Santos Neto, de 57 anos de idade, no bairro Mártires de Kifangondo, supostamente perpetrada pela amiga, para se apropriar de mais de sete milhões de kwanzas e outros bens da vítima.
Apesar de o crime ter acontecido um mês antes, em Março, Ana Patrícia Queiroz e um outro elemento foram apresentados no dia 12 de Abril como principais suspeitos deste crime que chocou a sociedade angolana, pelas condições e motivações que levaram à morte a vítima.
Sebastiana de Fátima Rosário dos Santos Neto foi traída pela sua comadre, que tinha como objectivo roubar os pertences da malograda, tais como jóias em ouro e valores monetários, depois de aperceber-se de uma viagem que a amiga faria para o exterior do país, propriamente nos Estados Unidos da América. Entre as coisas de que se terão apropriado estão um baú contendo diversas jóias em ouro, um cartão Multicaixa do BFA com o valor de sete milhões e 900 mil kwanzas e quatro telemóveis de diversas marcas.
Depois de detidos os dois elementos, as diligências do SIC prosseguiram até que foram detidos, no total, dez elementos. Assim, em julgamento no Tribunal de Comarca de Luanda, estiveram 10 cidadãos, cinco em prisão preventiva e cinco em liberdade.
Cidadã que matou e queimou o corpo da amiga no Mártires condenada a 32 anos de prisão prisão. Todos os arguidos foram também condenados ao pagamento de 15 milhões de kwanzas de indemnização à família da vítima e de 80 mil Kz de taxa de justiça. Dois dos cinco arguidos detidos foram colocados em liberdade por não se confirmar a sua participação directa no homicídio, mas foram condenados a 100 dias de multa.
Amiga e madrinha do filho engendrou o plano
De acordo com o porta-voz do Serviço de Investigação Criminal (SIC) de Luanda, Fernando de Carvalho, na altura da apresentação dos implicados, o acto bárbaro foi devidamente planeado pela amiga, desde o recrutamento dos elementos da quadrilha, a compra do combustível, a introdução destes na residência, bem como a in- formação sobre os bens que a vítima possuía. “Esta acção começou a ser desenhada quando a acusada se apercebeu que a vítima estaria a preparar uma viagem para os Estados Unidos de América e, no fatídico dia, a acusada efectuou uma ligação telefónica para a vítima a combinar um encontro na residência em causa.
No momento da chegada da malograda, esta e os seus comparsas surpreenderam-na no corredor onde um dos marginais, em posse de um pano que continha gás lacrimogéneo, lhe tapou a boca e as narinas, tendo provocado desmaio”, conta. Posteriormente, retiraram as chaves da casa e, já no interior, ataram os membros superiores e inferiores da vítima com braçadeiras plásticas e, com uma almofada, tentaram asfixiar a vítima. Não obstante, a acusada colocou uma braçadeira plástica no pescoço e, na agonia, a infeliz tentou lutar pela vida, mordeu-a no braço e esta, em fúria, pegou num machado e desferiu-lhe um golpe na região craniana, que lhe causou a morte imediata.
Queimaram a senhora para eliminar provas
A comadre, de forma a desfazer- se das provas do crime, retirou da sua bolsa uma garrafa de 50 ml que continha combustível do tipo gasolina, jorrou sobre o colchão onde se achava o corpo da vítima, bem como no AC, para simular que o incêndio foi derivado de um curto-circuito. Na retirada, estes marginais roubaram um baú contendo diversas jóias em ouro, um cartão Multi- caixa do BFA com o valor de 7 milhões e 900 mil kwanzas e quatro telemóveis de diversas marcas. Para o pagamento dos seus comparsas, a acusada usou o cartão Multicaixa roubado, retirando quatro milhões de kwanzas, através dos Terminais de Pagamento Automático (TPA), em bombas de combustíveis e no Mercado dos Congoleses