Estratégia de Longo Prazo, denominada Angola 2050, calcula uma diminuição contínua na produção de petróleo, até chegar aos 250 mil barris por dia em 2050, resultante de um desinvestimento no sector do petróleo
A Estratégia de Longo Prazo do Executivo angolano, denominado Angola 2050, prevê a a diminuição da contribuição petrolífera e do gás no Produto Interno Bruto (PIB) até 3,1% no ano em referência. Na estratégia salta a vista a intenção de levar a que a contribuição do petróleo e do gás no PIB caia antes para 19,3%, em 2030. Esse movimento levará a que a produção de petróleo fique pelos 0,25 milhões de barris por dia, em 2050, contra os actuais 1,2 milhões de barris.
O investimento anual no petróleo também deve cair para os 4,6 mil milhões de dólares em 2050, contra os 5,2 mil milhões que, conforme o documento, devem ser atingidos em 2030. Assim, o investimento acumulado no petróleo deve atingir os 86,6 mil milhões em 2050, quase que triplicando os 38 mil milhões que se prevê atingir em 2030. Deste modo, a contribuição do sector dos petróleos no PIB deve se ficar, conforme o Angola 2050, pelos 6 mil milhões de dólares naquele ano, depois de cair dos números actuais para os 20 mil milhões em 2030.
USD 750 mil milhões para transformar Angola
Por outro lado, o plano Estratégico de Longo Prazo reconhece que Angola tem é um dos países com mais alunos por professor no ensino primário, com cerca de 50 alunos, contra os 38 na África Subsariana e 18 na América Latina. É assim que o plano procurou estabelecer metas ambiciosas, mas reais para todos os sectores da economia e da sociedade, com um conjunto de metas que vão exigir um investimento de aproximada- mente 750 mil milhões de dólares nas próximas três décadas.
Entretanto, aliado ao financiamento, será necessário tirar par- tido de todos recursos, garantindo uma maior participação do sector privado, por via do aumentando do crédito privado, e assegurar grandes fluxos de investimento directo estrangeiro, estabelecendo relações mais fortes com os principais parceiros bilaterais e multilaterais, indica o documento.
Há igualmente a noção de que o novo modelo de desenvolvimento só se pode materializar “se garantirmos que cada angolano consegue aproveitar todo o seu potencial, e só colheremos os benefícios do mesmo quando isso acontecer”. Assim, o Governo promete fazer muito mais na vertente social da equação de crescimento, principalmente nas áreas da saúde e da educação.
Reconhecendo que alcançar melhorias duradouras nestas duas áreas levará tempo, mas “estamos mais empenhados do que nunca em fazê-lo”. Na saúde, o objectivo passa por uma redução significativa na taxa de mortalidade materna de 199 por 100.000 em 2021 para 70 por 100.000 em 2050, assim como uma redução na taxa de mortalidade infantil de 50 por mil nados vivos para 17 por mil nados vivos em 2050.
A educação será transformada numa prioridade absoluta da estratégia, especialmente no que toca à qualidade do ensino que “proporcionamos às nossas crianças”, para se assegurar que a população esteja dotada de conhecimentos e das capacidades de que necessita para tornar Angola uma nação mais produtiva. A Estratégia de Longo Prazo, denominada Angola 2050, é um plano do Estado, com uma visão clara do que se pretende para o país no futuro, que procura articular de forma clara e decisiva as iniciativas de curto prazo que assegurem a direcção certa.