O Executivo pode tomar uma decisão, a todo momento, no sentido de restituir os subsídios aos combustíveis ou não retirar a percentagem que resta
Está em marcha um plano que visa reanalisar as formas de retirada dos subsídios aos combustíveis em Angola, tema que gerou polémica no começo do ano, pela for- ma como foi processado. Para o economista Silvestre Francisco, a reanálise seria evitável. “Somos reincidentes em termos de reanálise de medidas económicas. Portanto, não é a primeira vez e seria evitável”, considerou, reagindo às declarações da ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, citada pela Agência Lusa.
A governante, segundo a agência noticiosa, avançou que “há orientações para se rever o dossier relacionado com a retirada dos subsídios”. Sobre o assunto, Silvestre Francisco refere que “quando se tirou a maior percentagem aos subsídios tentou-se proteger os camionistas, não mexendo no gasóleo, para não encarecer o frete das mercadorias, mas não resultou.
O mesmo aconteceu com os taxistas, pois muitos deles até agora não receberam os cartões de combustíveis”, destacou. Para ele, as medidas de mitigação económica para devolver o poder de compra das famílias devem ser consistentes para se evitar constantes recuos.
Ressalva que admitir falhas é normal, mas falhar a todo momento remete-nos a uma análise profunda. “Não acredito que baste apenas a revisão do temas sobre os subsídios aos combustíveis para se estabilizarem os preços. Na verdade, as famílias perderam o poder de compra por culpa das más políticas económicas, e isso não é de agora. O alívio não é solução”, sentenciou. Importa referir que houve, no início do ano, uma subida abrupta do preço da gasolina, passado de Kz 160 para Kz 300, o que gerou polémica e alguma instabilidade social em todo o país.