A gestão da carreira desportiva, um assunto que nos últimos tempos vai despertando atenção de algumas instituições públicas e provadas, tem sido motivo de preocupação de atletas, treinadores e dirigentes.
Em Angola, depois da proclamação de Independência em 1975, em várias modalidades, muitos jogadores elevaram a bandeira nacional dentro e fora do país no futebol, basquetebol, andebol, atletismo e outras disciplinas.
Por conta disto, quando terminaram a carreira, a fama deixou de existir e para alguns a “mendigagem” tornou-se prato do dia, sobretudo os que se haviam afirma- do no contexto político monopartidário. Em verdade, mesmo com os ventos do multipartidarismo no país, a importância da gestão da carreira desportiva não foi levada em conta, o que acabou por defraudar o pós desporto de atletas que brilharam.
Apesar de os estudos sobre esta matéria serem escassos no país, é ponto assente que nos dias que correm os clubes, as associações profissionais desportivas e a própria Segurança Social vão criando condições para mobilizar os atletas quando estão no auge da sua forma. Posto isto, segundo especialistas, é importante encarar a carreira desportiva em três prismas, isto é, a alta competição dentro ou fora do país, não importando a modalidade.
Ainda assim, os atletas e dirigentes desportivos são obrigados a ter um procedimento protecionista, pensando sempre que a carreira é quase sempre efémera. Por último, os resultados devem ser avaliados assim que o jogador termina a carreira, porque o “day after” é o que se espera fora de campo, sobretudo quando a gestão é feita sem estar assente numa base científica.
Este e outros assuntos, o jornal O PAÍS entrevistou várias figuras do desporto angolano para se saber, ao menos, as razões que levam alguns atletas nacionais a terem uma carreira fracassada quando penduram as botas.