Arranca hoje a 1.ª edição do projecto Nação Teatro, de carácter mensal, que vai levar ao rubro questões relacionadas com a “Produção cultural: desafios e perspectivas” e “Espaço de Entrevista”, às 18 horas, no Auditório Njinga Mbande, em Luanda, realizado pela Associação Angolana de Teatro (AAT)
O primeiro tema, “Produção Cultural: desafios e perspectivas”, para melhor abordagem, terá como prelectores Neide Van- Dúnem, Sophia Buco, Osvaldo Moreira e Adão Filipe, que têm desenvolvido algumas produções no sector cultural, com a participação do público.
Já no segundo, “Espaço de Entrevista”, o teatrólogo Adelino Caracol e a actriz Jay Cahanga foram os convidados para falar das suas experiências neste campo. Os temas em questão vão ser analisados nas 18 províncias do país, em datas diferentes, assim como os prelectores, organizado por uma comissão de traba- lho criada com o objectivo de dinamizar as artes cénicas nas suas localidades.
Tony Frampénio, presidente da AAT, em conversa com este Jornal, disse que pretendem, através deste projecto, construir uma identidade da actividade teatral no país, através de um discurso valorativo diante da sociedade e do Governo, de modos que sejam reconhecidos como partícipes do desenvolvimento do país.
O também encenador e escritor referiu que a estratégia adoptada tem como propósito alcançar os objectivos elencados, permitindo com que o impacto seja maior, visível e extensivo a todo o território nacional e além-fronteiras. “O projecto Nação Teatro acontece em todo o país, de Cabinda ao Cunene, do Lobito ao Luau.
O modelo é o mesmo, os temas são os mesmos. Mudam apenas os especialistas convidados para as dissertações. Portanto, com estes imputes, estamos certos de que o desiderato será alcançado a curto e médio prazos”, disse ao OPAÍS.
Expectante com a realização da 1.ª edição do projecto, de carácter mensal, avançou que o mesmo enquadra-se no quadro de plano de acção da 5.ª direcção da AAT, tendo em conta os três eixos fundamentais: institucionalização do teatro angolano; formação técnico-profissional dos artistas do teatro angolano; e produção e massificação do teatro em Angola.
“Temos mais de 10 mil artistas em todo o país e alguns na diáspora, todos integrados em mais de 700 grupos de teatro, 90% destes são jovens dinâmicos com vontade de produzir arte e alcançar a sustentabilidade por meio dela”, descreveu.
Projectos semelhantes
Sobre a materialização do Nação Teatro, Frampénio disse que possui um histórico em Luanda, onde, durante algum tempo, nos finais da década de 90, realizavam encontro de crítica e de for- mação dos grupos e artistas no Teatro Avenida.
Outro projecto semelhante, avançou, foi o “Há Teatro no Camões”, onde a classe se encontrava e discutia temas que considerou de grande preocupação, de 2016 até 2019. O mais recente, lembra, uma das primeiras actividades da actual direcção da AAT, foi o “Café Teatro”, onde reuniu os membros do conselho de honra, alguns percursores do teatro e outros que tiveram no desenho da formação académica no país.
Objectivos da Associação de Teatro
A AAT é uma instituição privada representativa da classe teatral, sem fins lucrativos, de carácter cultural e científico, encarregue de propor e coordenar o movimento teatral no país, bem como desenvolver políticas no domínio do teatro e na gestão de espaços culturais, nos domínios da investigação científica, educação, formação em articulação com entidades públicas e priva- das locais, nacionais e internacionais