Composta por duas colecções, “A Flauta Dupla” e “O Enterro do conde de Orgaz”, a exposição encontra-se patente desde o dia 22 do corrente mês e encerra no dia 31 de Julho próximo, aberta a visitas três dias da semana (segundas, quartas e sábados), entre às 16h00 e às 18h00.
De acordo com a curadora, Izilda Coelho, a exposição tem por objectivo educar a sociedade por meio das artes, em particular levar as pessoas a conhecerem a história e compreender a dimensão artística de Picasso por meio das suas obras.
“Nós temos uma ambição muito mais profunda que é a de educar as pessoas por meio das artes. Com esta exposição em particular, queremos convidar as pessoas a conhecer a história de Picasso e a sua dimensão artística, apreciando as suas obras e tentar perceber a grandeza da sua imaginação e capacidade de criação”, disse a fonte, que é a guia de visitas, historiadora e antropóloga.
Especialista em história de artes e arte africana, Izilda Coelho explicou que a exposição é composta, maioritariamente, por obras recriadas por Picasso, entre meados e finais do século XX.
A colecção “A Flauta Dupla” (em espanhol La Flauta Doble) contém mais de 15 obras recriadas em gravuras, produzidas entre 1931 a 1955, nas quais Picasso aplicou o seu ‘neoclassicismo’ à livre recriação da mitologia grega e da cultura ocidental.
Já na colecção “O Enterro do Conde de Orgaz” (El Entierro del Orgaz, em espanhol), composta maioritariamente por obras pintadas por Picasso já nos seus últimos anos de vida, as pinturas são marcadas por uma liberdade expressiva e, ao mesmo tempo, crítica ao realismo que se vivia numa Europa que se recompunha dos estragos da I e II Guerras Mundiais.
Com uma expressão artística eloquente, enaltecendo o belo e o prazer sexual, a pintura desta colecção é caracterizada por uma desinibição erótica que marcariam a última produção do artista considerado como “O maior pintor do século XX”, motor do cubismo e uma das maiores referências da pintura mundial.
Obras de Picasso revolucionaram a arte visual
Entre as obras expostas na Casa das Artes encontram-se algumas consideradas “icónicas” que vieram a revolucionar a pintura mundial como “O Corno Magnífico” (Le cocu Magnifique), “Guernica”, “Jogador de Diábolo e nu”, “Le Rêve” (em português, “O Sonho”), obra “O Retrato de Dora Maar”, e outras.
A exposição, segundo a curadora, resulta de uma parceria conjunta entre a Casa da Cultura e a Funiber (Fundação Universitária Ibero-americana), uma instituição internacional de cooperação educacional, cultural e técnica, a Embaixada da Espanha em Angola, a Empresa Nacional de Seguros de Angola (ENSA), a Universidade Internacional do Cuanza e a Universidade Europeia do Atlântico (instituição espanhola).
Durante a visita guiada, Izilda explicou o significado de cada obra e a mensagem por detrás de pinturas eróticas e provocantes do grande ‘mostro’ da história da pintura moderna.
Breve historial de Picasso
Pablo Ruiz Picasso (Málaga, 25 de Outubro de 1881 – Mougins, 8 de Abril de 1973) foi um pintor, escultor, ceramista, cenógrafo, poeta e dramaturgo espanhol que dedicou inteiramente a sua vida à pintura, começando a conceber as suas obras desde os oito anos de idade. Passou a maior parte da sua vida em França.
É conhecido como o co-fundador do cubismo ao lado de Georges Braque (inventor da escultura construída), o inventor da colagem e pela variedade de estilos de pintura que ajudou a desenvolver e explorar.
O pintor, desde muito jovem, desenvolveu suas habilidades pintando de forma realista por toda a sua infância e adolescência.
Durante a primeira década do século XX, o seu estilo mudou graças aos seus experimentos com diferentes teorias, técnicas e ideias.
Sua obra geralmente é classificada em períodos. Dentre as suas obras mais famosas estão os quadros cubistas “As Meninas D’Avignon” (1907) e “Guernica” (1937), uma pintura do bombardeio alemão de Guernica durante a Guerra Civil Espanhola.