O “Logos Hop”, que conta com mais de cinco mil livros em exposição, em 10 línguas diferentes, quer impulsionar a cultura de leitura e de partilha de conhecimentos entre os seus visitantes, proporcionando uma experiência única e inesquecível aos cidadãos angolanos e não só.
Livros, cinema, teatro, gastronomia e artes plásticas e pintura criativa são algumas das variadas atracções que a Logos Hope tem reservada para o público visitante, além de uma visita guiada a alguns compartimentos do navio e de pequenas palestras sobre o historial do navio e seus projectos já desenvolvidos, segundo os promotores da iniciativa.
O navio, que está nas águas territoriais angolanas pela primeira vez, após ter passado pela África do Sul, Namíbia e Tanzânia, quer fomentar a cultura de leitura no seio da sociedade angolana, proporcionando livros de variadas áreas a preços acessíveis.
Em declarações ao jornal OPAÍS, Navya Lankadasu, directora de Media e Relações Públicas do “Logos Hope”, disse que a intenção é estimular os hábitos de leitura e a partilha de conhecimentos, adiantando que os preços dos livros variam entre 700 a 35 mil kwanzas, a depender do género da obra e da sua área de especialidade.
Fez saber que estão expostos pouco mais de cinco mil livros, em diversos idiomas, como inglês, francês, espanhol, árabe, português, mandarim, japonês, russo, alemão, entre outros.
A jovem, de 23 anos, proveniente da Índia, adiantou que o navio tem procurado congregar pessoas de diferentes nacionalidades, cultura, etnia ou religião, com o propósito de promover o intercâmbio social e cultural nos países onde tem passado, tendo a literatura como a principal ferramenta de interacção e atracção.
“Somos uma equipa constituída por 300 pessoas, maioritariamente jovens, de 67 países diferentes. O nosso objectivo é promover a literatura, transmitir a esperança, a partilha de conhecimento, generosidade e conectar as pessoas com resto do mundo”, disse a mesma.
Luandenses regozijados com a grande feira literária
Aberto diariamente entre às 10 e às 20h00, o navio tem recebido centenas de visitantes entre angolanos e cidadãos estrangeiros residentes na capital angolana, Luanda, que aproveitam a feira para ler, adquirir uma obra ou até mesmo desfrutar de uma visita guiada aos compartimentos daquele gigantesco navio europeu.
Indira Machado, de 21 anos, saiu da zona da Camama até ao Porto de Luanda para desfrutar da feira e adquirir um livro, tendo como preferência obras guias de culinária e pastelaria.
Já Maria Laura, de 24 anos, proveniente do distrito do Rangel, dirigiuse à feira para comprar um livro de romance policial ou ficção científica. Para ambas, a visita da Logos Hope a Angola representa uma grande oportunidade para estimular a cultura de leitura entre os angolanos e não só, também para permitir a troca de ideias e experiências entre cidadãos de diferentes nacionalidades.
“É uma grande oportunidade para os amantes de livros aprofundarem as práticas de leitura e também de poder conhecer um pouco sobre outras culturas, visto que aqui tem pessoas de diversas nacionalidades”, disse Maria Angola entra no leque de mais de 150 países visitados Angola passa agora a constar dum leque de mais de 150 países por onde o Logos Hope passou desde que foi lançado ao mar, depois de ter sido construídos em 1973, em Valeta, capital de Malta.
De acordo com os seus promotores, o Logos Hope é maior navio bibliotecário do mundo, resultante de um esforço conjunto de ONG’s e organizações religiosas da Europa, sendo actualmente detida pela Gute Bücher für Alle, uma organização independente da Alemanha.
Com cerca de 300 funcionários, de mais de 60 nacionalidades diferentes representadas a bordo, a tripulação e a equipa são todos voluntários, isto é, não assalariados, sendo maioritariamente jovens.
Trata-se de jovens imbuídos de espírito solidário que usam as suas capacidades profissionais, como marinheiros, engenheiros, electricistas, enfermeiros, professores e cozinheiros em benefícios de terceiros. O patrocínio de amigos, familiares e organizações cívicas é o que tem garantido a sustentabilidade do navio que já passou em mais de 150 países desde a sua fundação.