As peças “Tem um Morto na Minha Cama” e “Diálogo com os Mortos” preenchem a digressão que arranca no Sábado, 13, na província do Huambo, seguindo-se Malanje, Benguela e Huíla. Em Luanda, o grupo apresenta-se, em Junho, na LAASP para celebrar mais um aniversário
A digressão do grupo Miragens Teatro arranca na província do Huambo, no Sábado, 13, com a apresentação da peça “Tem um Morto na Minha Cama”, na biblioteca provincial, a partir das 18 horas e 30 minutos, para apreciação do público.
O trabalho em cartaz relata a história de Nana que enviuvou e recebeu um bom prémio de seguro pela morte do marido, o Costa.
Nana volta a contrair matrimónio com Miguel, mas, decorridos cinco anos, o “falecido” marido, que afinal não tinha morrido, volta a aparecer, criando uma situação constrangedora para todos.
Ainda nesta província, localizada na região central do país, no mesmo espaço e horário, o grupo, vencedor do Prémio Nacional de Cultura e Artes, em 2009, vai apresentar o “Diálogos com os Mortos” que, conforme consta, foi muito aplaudido pelo seu contexto artístico e histórico.
Nesta peça, Nguvulo depois de sonhar com os ancestrais decide fazer uma viagem ao mundo dos mortos para dialogar com o Rei Ngola kiluanje, Njinga Mbande, Lueji, Kimpavita, Mandume, Ekuiki II, Agostinho Neto, a fim de encontrar respostas sobre o mal que o povo fez, que passado tantos anos de luta, Guerra e Paz, não se consegue alcançar a tão desejada sagrada esperança; realizar o sonho colectivo do povo.
O dramaturgo e encenador, José Teixeira “Chetas”, em conversa com OPAÍS disse que com os referidos trabalhos pretendem valorização a nossa história, identidade cultural e o passado.
“Isso é, buscar no passado algumas respostas para os problemas que vivemos hoje e perspectivar o futuro.
Nos baseamos na perda de esperança e do sonho colectivo dos angolanos.
Na valorização das coisas em detrimento das pessoas, desvalorização da educação, artes e cultura”, sublinhou.
Nesta jornada, as exibições prosseguirão nas províncias de Malanje, Benguela e na Huíla, com as peças já referenciadas.
O dramaturgo avançou que, para celebrar o aniversário, o grupo fundado em 1995, realiza de 7 a 10 de Junho a temporada denominada “Miragens 28 anos” na Liga Angolana de Amizade e Solidariedade com os Povos (LAASP), em Luanda.
Historial do grupo
O Miragens Teatro apareceu pela primeira vez em palco convencional com cerca de uma dezena de actores, a 25 de Agosto de 1995, no salão nobre da Paróquia São Luís.
Tem no seu reportório as peças “O Padre Colbe até à Morte”, “Revolução Feminina”, “Irmãs Filhas de Jesus Infância Marcada”, “Projecto Fraternidade”, entre outras. Participou no projecto “Noites de Teatro à Quinta-Feira”.
A sua maior aposta foi em 1997, onde agendou o projecto “Março-Mulher” com o objectivo de realizar um festival músico-cultural em solidariedade com a mulher que foi feito com êxito mesmo sem apoio de instituições.
No campo dos méritos alcançado os destaques vão além das nomeações em que se destaca ao longo de um ano cultural, o diploma de mérito pelo contributo em prol do desenvolvimento da cultura angolana.
Como reconhecimento do seu valor técnico e artístico é detentor de vários prémios.