Cerca de 500 crianças e adolescentes, dos 6 aos 17 anos de idade, com inclinação para as artes, são esperadas a participar na 3.ª edição do festival de artes infantil e de inclusão artística ‘Nzoji Ya Monandengue’ (sonho de criança), a decorrer de 13 a 18 de Dezembro, no Instituto Guimarães Rosa, em Luanda
Apresente edição, que vai decorrer sob o lema ‘Sim à protecção e a informação sobre o abuso sexual nas crianças’, durante cinco dias, vai proporcionar aos participantes diferentes actividades, entre elas o teatro, a dança, a poesia, a música, as artes plásticas e o artesanato, promovida pela companhia Artes Sol.
De acordo com a realizadora, Solange Feijó, embora haja uma redução na apresentação das actividades, diferente das edições passadas, feita durante sete dias, o festival pretende acolher cerca de 500 crianças, para maior inclusão.
A responsável avançou que se trata de uma iniciativa de carácter anual, que visa a criação de um palco em que possa ser cultivado a relevância da arte feita por crianças.
Isto é, independentemente da origem ou etnia, poder proporcioná-las as mesmas oportunidades “O evento surge da ideia de unir as crianças. Primeiramente, vejo que no nosso país se dá pouca importância a elas.
Na nossa sociedade, o sector social faz muita falta para elas, principalmente na periferia, para que possam desenvolver o seu intelecto. Então, este é um lugar onde qualquer criança, independentemente da raça, etnia, ou algum problema de saúde, se sinta especial para poder apresentarse neste palco”, exaltou.
Integração social
Solange Feijó realçou que o evento tem permitido, de igual modo, a integração artística de diferentes crianças com condições especiais, como autismo, síndrome de Dawn, deficiência auditiva e visual, e albinismo.
Com essa inclusão conta que as permite sentirem-se iguais diante de outras e, também, incluídas na sociedade.
A também actriz referiu que, com este evento, eles têm tido um palco para exibir as suas habilidades, permitindo mais interacção uma com as outras, como forma de despertar a vontade e a necessidade de estarem bem com elas mesmas e o reconhecimento do seu talento.
“As vezes as crianças especiais são postas de lado, não é pela sociedade nem pelo Governo, mas muitas vezes pela família, porque também, se calhar, tendem a protegê-las, guardá-las, e fazer com que não se exponham na própria sociedade.
Nós queremos ver alguma solução para estas crianças, o que tem resultado nestas edições do evento”, acrescentou.
Homenagem A iniciativa servirá ainda para homenagear o jornalista e redactor de vários programas informativos Kim Freitas, como forma de reconhecimento ao trabalho infanto-juvenil que desenvolve na área durante décadas.
As realizações
Quanto aos apoios, a actriz adiantou que estes têm sido uns dos grandes desafios, para a concretização destes festivais, já que alguns dos patrocinadores desvalorizam o projecto por ser de carácter infantil.
Deste modo, apelou para maior sensibilidade por parte das empresas, e do próprio Estado, por se tratar de um projecto direccionado às crianças, uma iniciativa que contribui para o desenvolvimento da comunidade.
Trabalhar em projectos educacionais
Solange manifestou ainda o desejo de criar um centro cultural em todos os pontos da cidade capital, para poder trabalhar em projectos educacionais através do desporto e da arte.
“Peca-se muito ao afastar as crianças daquilo que são os programas culturais do país, uma vez que existe uma comunicação muito voltada para o adulto e se esquece do homem novo, que são as crianças e os adolescentes”, deplorou.
As edições
Em suas edições, a última realizada no ano passado teve como compromisso manter a interacção artística entre pais e filhos, dando voz para as crianças com sede de fazer a arte, de expor e apresentarem o seu talento nas mais diversas disciplinas artísticas, onde, desde a primeira edição a Companhia de Artes Sol conta com uma “escola do ensino especial”.
Expectante, Solange avançou a este jornal que, para o próximo ano, a iniciativa, que é realizada anualmente em Dezembro, passará a fazer as suas apresentações no mês de Agosto, para permitir uma programação mais extensiva aos artistas devido ao actual período escolar.