Cuba deportou os ex-presidentes da Colômbia e da Bolívia e fechou as portas ao secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luiz Almagro, que pediu visto para participar de um acto dissidente em Havana, reportou o jornal oficial Granma na Quarta-feira (7).
“Almagro deve saber que nem a OEA, nem nenhum de seus funcionários, muito menos os que traem os princípios éticos elementares, nunca foram nem jamais serão bem-vindos à Cuba revolucionária de Fidel (Castro)”, disse Granma. Em Fevereiro de 2017, Cuba negou a visita do chefe da OEA quando ele iria visitar o país para receber o prémio “Oswaldo Payá, Libertad y Vida”, concedido pela Rede Latino-americana de Jovens pela Democracia. Cuba foi expulsa da OEA em Janeiro de 1962 e, desde que foi readmitida em 2009, se nega a voltar. Considera a organização “um ministério de colônias” dos Estados Unidos.
Além de Almagro, dois ex-presidentes, o colombiano Andrés Pastrana, e o boliviano Jorge Quiroga, que haviam chegado ao aeroporto, Quarta-feira, em Havana, precisaram de embarcar num outro avião de volta a Bogotá, após terem sido retidos no aeroporto internacional José Martí, denunciou o colombiano. “A ditadura de Cuba nos deportou hoje da Ilha por defender os princípios democráticos da região. Nossa luta continua”, escreveu Pastrana no Twitter junto a uma foto sua com Quiroga, já a bordo da aeronave. “Perguntei que porque não nos deixaram entrar e (me disseram) que não, que (vocês) não são admitidos pelo governo cubano”, revelou Pastrana por telefone à rádio W da Colômbia.
“Nos disseram que são inadmissíveis… Que triste”, declarou Quiroga. Pastrana considerou que a rejeição responderia às suas críticas sobre a crise política e económica que afecta a Venezuela e contra o presidente Nicolás Maduro, importante aliado de Cuba. Os dois viajaram para receber o prémio “Oswaldo Payá, Libertad y Vida”, concedido pela Rede Latino- americana de Jovens pela Democracia, chefiada por Rosa María Payá, filha de Oswaldo, um líder opositor falecido num acidente de trânsito em 2012. Rosa María Payá chegou ao aeroporto internacional de Havana para recebê-los, segundo constatou uma equipe da AFP. Em comunicado, a chancelaria da Colômbia lamentou o “incidente”, e destacou que a embaixada cubana informou que desde Terça-feira Pastrana foi advertido de que a sua entrada não seria permitida pelo tipo de actividade em causa.