A vice-presidente da república, Esperança da Costa, esteve presente na nova marginal, onde decorreu o desfile dos grupos da Classe A do Carnaval de Luanda, em que esteve ladeada ontem pelo ministro da Cultura, Filipe Zau, e pelo governador da província de Luanda, Luís Nunes, na tribuna central
O Entrudo, que vai na 48.ª edição, decorreu sob o signo dos 50 anos da independência nacional, a serem assinalados no dia 11 de Novembro. Milhares de foliões se fizeram presentes, animando a festa de diversas formas, testemunhando o desempenho das formações carnavalescas que se prepararam durante meses para o desfile de ontem, da classe A.
Durante o desfile exibiram-se 12 grupos, nomeadamente União Twabixila, União 17 de Setembro, União 10 de Dezembro, União Operário Kabocomeu, União Etu Mudietu, União Jovens da Cacimba, União Café de Angola.
Membros do Executivo, entidades ligadas ao corpo diplomático acreditadas no país, da cultura nacional e população em geral assistiram ao desfile do carnaval que também decorreu em todas as províncias do país. De realçar que os primeiros registos do Carnaval em Angola são de 1857, referentes à festa popular dos Kimbundos, num evento cultural interrompido de 1961 a 1963 e de 1975 a 1977.
Em 1978, Agostinho Neto, aquele que proclamou a Independência de Angola e se tornou o primeiro Presidente da República, recomendou um Carnaval diferente daquele que era conhecido na época. Assim, o Entrudo foi restabelecido como uma festa pública e de recreação popular, tendo a vitória dos angolanos na luta pela libertação nacional como o destaque principal durante muitos anos.
O objectivo de Agostinho Neto era tirar a população do marasmo que absorvia completamente a sua actividade diária com uma incisiva mensagem deixada no seu célebre poema “Havemos de voltar”: “As nossas tradições, à marimba e ao kissange…, havemos de voltar”, decretou o Presidente António Agostinho Neto, falecido no dia 10 de Setembro de 1979. Com o resgate do Carnaval por Neto, em 1978, a festa passou a ser congregadora, anual e competitiva, pelo que os participantes passaram a ser agraciados com estímulos.