Nos últimos dias, o SIC tem intensificado a sua acção corporizando a lei que criminaliza a actividade de mineração de criptomoedas e outros ativos virtuais a nível internacional.
É assim que, ontem, em Luanda, foram apresentados nove cidadãos detidos numa coordenação operativa com a Polícia Nacional, com a ENDE, com o CISP e também o SIC local, no município dos Mulenvos.
Os acusados têm uma actividade lícita no sector eléctrico, consubstanciada em montagem de subestações e linhas eléctricas nas províncias de Luanda, Benguela e também na província do Zaire, concretamente no município do Soyo.
Entretanto, aproveitaram-se desta licença de actividade no sector eléctrico, que é a montagem de PT e outros equipamentos eléctricos, e montaram de forma clandestina um estaleiro para criptomoedas.
“O estaleiro está composto por nove contentores, que na verdade foram transforma- dos em nove naves, onde estavam instalados mais de 1.600 mineradores, ou chamados processadores. Naquilo que o SIC tem estado a realizar, acreditamos que eles tomaram contacto com esta informação e apressaram-se na desmontagem destes materiais.
Encontramos poucos materiais montados”, disse Manuel Halaiwa, porta-voz do SIC-Geral. Os que foram desmontados são: um transformador de 800 kVA, PT transformador – que foi apenas desligado da rede pública, e um outro de 1.600 kVA que está ligado à rede pública.
Estes PTs alimentavam estas cinco naves por causa da potência dos processadores para elevarem a sua capacidade de alta precisão de mineração. Eles esconderam ainda cerca de doze mineradores no sótão de uma das residências, onde também estava escondida uma cidadã chinesa.
“Aqui neste lugar foram detidos nove cidadãos, entre estes cinco estrangeiros de nacionalidade chinesa, sendo que uma do sexo feminino. E estes indivídu- os lideram as empresas que prestam serviço no sector eléctrico”, sublinha. Halaiwa disse que os quatro cidadãos nacionais detidos são efectivos da Polícia Nacional, afectos ao DIIP, e no momento em que ocorria a operação, parte destes indivíduos tentou obstruir a investigação.
Há fortes indícios, segundo o SIC, de serem aqueles indivíduos que têm acobertado a actividade de mineração de criptomoedas naquele local. “O repto que nós lançamos é para aqueles efectivos dos órgãos de defesa e segurança que têm esta- do a agir à margem da lei, de forma isolada, estragando todo o trabalho operativo que está a ser realizado, nós vamos ser implacáveis”, finalizou Halaiwa.