O padre Afonso Makiadi dos Santos, da Diocese do Uíge, apela às famílias a apostarem na reunião dos membros consanguíneos e no encontro com outras pessoas muito próximas como a melhor forma de passar um Na- tal longe das condições materiais, sobretudo económicas e financeiras.
“Temos consciência de que as famílias estão empobrecidas e sem muitos recursos para terem uma refeição pomposa, mas elas podem investir na reunião dos parentes e na dos amigos, para, juntos, encontrarem formas de melhorarem a vida, a partir do Natal”, disse o padre Afonso Makiadi, referindo-se à comemoração de um Natal de reflexão positiva e actuante.
Questionado se a reunião dos membros de uma família e amigos não implica ter comida e alguma bebida à mesa para partilhar nesse dia natalício, o prelado não acredita que as pessoas que vão encontrar-se não sejam capazes de confeccionar uma refeição, ainda que seja a mais simples possível.
“O grande problema tem sido pensar no que não se pode, quando se pode pensar no que se tem. Só para dar um exemplo, se à mesa se tiver o habitual funje com lombi (verduras), peixe seco e água, a concentração dos membros à volta da mesma refeição e a conversa é que vão nortear o encontro e fazer alguma diferença”, referiu o padre Afonso Makiadi.
Para o sacerdote, os outros elementos que acentuam o encontro da família são a oração e as preces conjuntas. Na falta de troca de presentes, os membros da família reunida podem trocar desejos, ou seja, cada um pode ter um momento para partilhar as conquistas que gostaria de ver os outros a realizarem.
“A vida oferece-nos muita coisa boa para partilhar, além de comida, bebida, roupa e calçados ou relógio, chapéu e pasta”, ironizou o padre, tendo asseverado que, às vezes, nos esquecemos do que é mais importante.
Para dar acento ao que acabava de dizer, o sacerdote recorreu a uma passagem bíblica que diz “Onde estiverem dois em meu nome, aí estou eu”, para assegurar que, na celebração do Natal, o mais importante é estar ligados a Jesus Cristo, já que ele é que deve aparecer no seio das famílias, para tomar parte e dar significado ao dia, ligando-a ao mesmo espírito. Finalmente, recordou que, no dia 25 de Dezembro, celebra-se o dia da família, sendo este o único elemento que não pode faltar nas comemorações.
“A ocasião é ainda uma oportunidade para se celebrar a vida. Por essa razão, também contam mais os vivos, no Natal”, frisou o missionário católico da congregação diocesana.