Em Luanda, Biden vai reunir-se com o Presidente de Angola, João Lourenço. Altos funcionários da sua administração disseram durante um encontro virtual com jornalistas que a reunião baseia-se “no forte envolvimento bilateral que tivemos durante a administração Biden-Harris com Angola”.
“Tenho todas as expectativas de que tanto o Congresso como este Governo e o seguinte darão continuidade a esta política”, afirmou um alto funcionário da Administração Biden, segundo a Voz de América. Um alto funcionário da administração Biden reconheceu, durante um encontro virtual com jornalistas, que a viagem acontece num grande momento de concorrência global, onde África pode ter um papel crucial.
No entanto, afirmou que os líderes africanos não querem “que as pessoas digam que estão abaixo – têm o investimento chinês; têm influência chinesa e, por isso, mais ninguém no mundo deveria ir para África”.
O mesmo acrescentou que os líderes políticos e empresários africanos estão entusiasmados com a visita e, que o investimento ameri- cano “é transformador”. No mesmo diapasão, disse não conhecer nenhum líder africano que diga: “Acabei de receber uma promessa de algum dinheiro da China e, por isso, não quero mais ninguém lá”. Esta será a primeira e única viagem a um país africano do Presidente Joe Biden durante o seu mandato de quatro anos, que termina a 20 de Janeiro de 2025.
A mesma, que pode vir a ser a sua última visita ao estrangeiro, enquanto Chefe de Estado, ocorre numa altura em que o seu país prevê aplicar mais de 3 mil milhões de dólares, de investimento privado e público, no Corredor do Lobito. Esta parceria acontece quando a China prevê passar de 300 para mais de 500 empresas em Angola nos próximos anos, e com mais de 50 mil milhões de dólares para investir em África.
Segundo a imprensa norte- americana, Biden aproveitará a visita para destacar a importância deste corredor ferroviário, com 1.300 quilómetros, que liga o interior africano, rico em minerais, ao porto do sudoeste. A secretária de Imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, afirma que a relação entre as duas nações está a passar por uma “verdadeira transformação” à medida que se tornam parceiros mais próximos.
“Os Estados Unidos e Angola estão a trabalhar para enfrentar um vasto leque de desafios prementes, desde a redução do défice de infra- estruturas em África e o aumento das oportunidades económicas e do desenvolvimento sustentável na região até à expansão das tecnologias e da cooperação científica, ao reforço da paz e da segurança, ao reforço da segurança alimentar”, afirmou.
De acordo com Karine Jean- Pierre, o Presidente vai reconhecer o papel de Angola como líder regional e sublinhará a verdadeira transformação da relação EUA- Angola. Esta visita estava para ocorrer de 13 a 15 em Outubro último, mas o Presidente Biden viu-se forçado a adiar em consequência dos danos causados pelo furacão Milton.
Na ocasião, a Casa Branca esclareceu que o Presidente dos Estados Unidos a adiou a sua viagem a Angola “a fim de supervisionar os preparativos e a resposta ao furacão Milton, além da resposta contínua aos impactos do Furacão Helene em todo o Sudeste”. A visita a Angola fazia parte de uma série de deslocações internacionais que Biden, de 81 anos, tinha planeado nos últimos meses da sua Presidência, depois de ter desistido das eleições em Julho.
De salientar que esta é a primeira visita de um Presidente dos Estados Unidos à África em quase uma década, desde 2015. A mesma fazia parte de uma agenda que incluía a Alemanha. Neste país europeu, o Presidente dos EUA deveria ter realizado uma cimeira quadripartida com o chanceler Olaf Scholz, o presidente francês Emmanuel Macron, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer e encontrar-se com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.