Realizada durante dois dias, de 22 a 23 do corrente mês, contou a participação de crianças provenientes de escolas do ensino primário, secundário e outras dos centros de acolhimento, organizações não-governamentais, entre outros parceiros.
A feira proporcionou às crianças momentos de leitura, música, poesia, teatro e outras actividades. Para além do entretenimento, foram abordados temas como “A importância da leitura no desenvolvimento da criança”, “Direitos da criança” e “ Educação sexual reprodutiva”.
O evento permitiu ainda a apresentação dos 11 compromissos da criança na história “Os meus 11 Cambas”, assim como momento de interacção entre crianças e figuras de referência pública como escritores infantis, jornalistas, polícias, actores, entre outras.
O pequeno Leonel da Fonseca, de 12 anos, gostou imenso da actividade que o ajudou a adquirir mais conhecimentos. “Aconselho a todas as crianças a lerem mais e, desta forma, vão adquirir muitos conhecimentos”, sugeriu.
Antonica Ferraz, pertencente ao Centro de Acolhimento da Mamã Muxima, referiu que se sentiu brindada com os momentos de dança, poesia, entre outros, e aconselha as crianças a aprimorarem cada vez mais os seus conhecimentos, por formas a continuarem a surpreender os apreciadores de artes e não só. Por sua vez, uma das integrantes da Associação Otchimba, estudante da 10.ª classe, sentiu-se gratificada com as várias actividades realizadas.
“Foi um evento muito bom, educativo, dançamos muito, cantamos e aprendemos com as palestras. Espero que realizem mais vezes, porque ajuda na interacção entre as crianças”, disse.
Já a professora Margarida Domingos, da Escola 1138, não ficou de fora da festa e levou consigo acima de cinquenta alunos que se inspiraram através das várias desmonstrações artísticas, além de aprenderem mais sobre os seus direitos. A cidadã enalteceu a iniciativa e apelou para que seja realizada mais vezes, por ter constatado a falta de actividades dirigida à classe infantil.
Objectivos da feira
A directora-geral adjunta do Instituto Nacional da Criança (INAC), Elisa Gourgel, disse que a IV edição da Feira de Literatura e Entretenimento teve como objectivo saudar e prestigiar os direitos dos mais pequenos.
“Decidimos comemorar os 35 aniversários destes direitos, mas sem nos esquecermos que as nossas crianças têm de saber ler e escrever, pois precisam também de brincar. Mais aliado à educação, estamos a trabalhar na feira de literatura chamando as crianças para o amor ao livro e à leitura”, explicou.
A responsável lamentou pelo facto de, nos dias actuais, haver crianças sem amor pelo livro, tendo como preferência o uso da Internet que os possibilita o acesso às redes sociais, onde muitas conhecem coisas não adequada às suas idades.
Diante desta ocorrência, apela aos pais no sentido de apostarem mais na relação dos filhos com os livros, isso desde a tenra idade. “Deste modo, pretendemos retirar um período para as crianças esquecerem os telefones e dedicaremse aos livros. Isso porque percebemos que muitas delas ainda apresentam uma certa dificuldade na leitura, sendo que já deveriam ter maior desenvoltura neste processo”, asseverou.
Quanto à realização da feira noutras províncias, Elisa Gourgel lembrou que deve acontecer nestas localidades, com a execução de actividades de recreação, de leitura, palestras, feiras, workshops, colóquios, nos centros de acolhimento de crianças, nas escolas e outros espaços adequados para o feito.
A iniciativa
O evento foi promovido pelo Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher (MASFAMU), através do Instituto Nacional da Criança (INAC). Tem como grande objectivo saudar os direitos das crianças.
A Convenção sobre os Direitos da Criança foi adoptada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas em 20 de Novembro de 1989 e entrou em vigor em 2 de Setembro de 1990. Este ano, comemora-se os 35 anos da Convenção sobre os Direitos da Criança, que foi ratificada pelos 196 países.