Quem nunca escutou ou leu algo sobre o fac- to de a primeira impressão contar quando nos deslocamos a algum lado ou vamos ao encontro de alguém? É assim quando nos é apresentada uma pessoa desconhecida, recebemos visitas em casa ou nos deslocamos a um outro país.
Durante muitos anos, foi através do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, que demos as boas-vindas aos cidadãos que entram a Angola pela primeira vez, ou ainda aos que se deslocam já com uma certa regularidade.
Há dias, quando um apagão se abateu sobre o aeroporto, que terá ficado às escuras durante cerca de três horas ou mais, comentei com um amigo que, se calhar, era a infra-estrutura manifestando o seu descontentamento, porque, nos últimos tempos, pouco se fala dela, uma vez que está prestes a entrar em acção o Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto.
Mais de 10 anos após o início da sua construção, finalmente terá início as operações no novo aeroporto. Um projecto gigantesco e digno de se transformar imediatamente no principal portão de boas-vindas a todos que visitarem o país em negócios, turismo, ou até mesmo no regresso aos angolanos que há muito não pisam o solo pátrio.
À semelhança do que se vê em infra-estruturas semelhantes no primeiro mundo, muitas das quais descritas pelos próprios angolanos em fotos como obras pomposas, o Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto dispõe de serviços vários, em conformidade com as exigências do sector da aviação.
Mais do que a dimensão, os serviços farão a diferença em relação às experiências que muitos têm tido a partir do exterior.
São vários os exemplos pelo mundo fora, onde os passageiros acabam por se sentir praticamente em casa quando estão em trânsito ou se deslocam a estes países.
O dia 11 de Novembro, a ser assinalado na próxima segunda-feira, testemunhará o início das operações num espaço que foi alvo de mais variadas informações, algumas das quais apócrifas e, para muitos, originárias de sofisticados laboratórios contrários ao desenvolvimento do país.
Houve quem tivesse inventado que no local se exploravam pedras preciosas, razão pela qual não se poderia erguer aí um aeroporto.
Outros que a obra possuía vários erros, o que nunca facilitaria a sua certificação por parte dos órgãos que regulam a aviação civil no país e no mundo. E ontem, quando se anunciou que o aeroporto está pronto para receber os voos nacionais e internacionais, lembrei-me de tudo quanto já se disse ou foi escrito sobre a infra-estrutura.
Ainda bem que não passava de fogo de artifício, muitos dos quais serão necessários até para marcar com pompa a sua inauguração.