Putin disse, na Quarta-feira, que a Rússia poderia usar armas nucleares se fosse atingida por mísseis convencionais, e que Moscovo consideraria qualquer ataque apoiado por uma potência nuclear como um ataque conjunto.
A decisão de mudar a doutrina nuclear oficial da Rússia é a resposta do Kremlin às deliberações nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha sobre dar ou não permissão à Ucrânia para disparar mísseis ocidentais convencionais contra a Rússia.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que ajustes num documento chamado “Os Fundamentos da Política de Estado na Esfera da Dissuasão Nuclear” foram formulados.
Questionado pelos repórteres se as mudanças eram um sinal para o Ocidente, Peskov disse: “Isso deve ser considerado um sinal definitivo”. “Este é um sinal que alerta esses países sobre as consequências caso participem num ataque ao nosso país por vários meios, e não necessariamente nucleares”, disse Peskov.
O mundo, disse Peskov, foi testemunha de um “confronto sem precedentes” que, segundo ele, oi provocado pelo “envolvimento directo de países ocidentais, incluindo potências nucleares” na guerra da Ucrânia.
Peskov disse que a decisão sobre publicar ou não os documentos nucleares seria tomada posteriormente. A actual doutrina nuclear publicada pela Rússia, abre uma nova aba, estabelecido num decreto de 2020 por Putin, diz que a Rússia pode usar armas nucleares em caso de um ataque nuclear por um inimigo ou um ataque convencional que ameace a existência do Estado.
Questionado se a rejeição de uma moratória pós-soviética sobre testes nucleares havia sido discutida como parte das mudanças, Peskov disse que não poderia responder à pergunta, pois a reunião de Quarta-feira foi em grande parte ultrassecreta.