Enquadrado nas acções de celebração do centenário do escritor e nacionalista Uanhenga Xitu, o Horizonte Njinga Mbande vai estrear nesta quinta-feira, 12, a peça teatral “O Ministro”, a partir das 19h30, no Royal Plaza, em Talatona
A peça, com a duração de 60 minutos, é resultado da adaptação de uma das estórias contidas na obra “O Ministro”, um conto literário que narra os vários episódios vividos e presenciados pelo escritor Uanhenga Xitu, enquanto ministro da Saúde da República Popular de Angola, entre 1980 e 1983.
Envolvendo directamente 10 actores, a peça vai apresentar as várias situações em que Agostinho André Mendes de Carvalho, mais conhecido pelo seu pseudónimo literário Uanhega Xitu, teve de intervir nas suas funções de entidade governamental, assim como em situações de fórum pessoal e extra-profissional, descritas na sua obra publicada em 1989 e reeditada em 2012, dois anos antes da sua morte.
A apresentação da peça é uma iniciativa de homenagem que se enquadrada nas festividades do centenário do autor nascido a 29 de Agosto de 1924. Em declarações ao OPAÍS, o actor e director artístico-adjunto do Horizonte Njinga Mbande, David Enoque Caracol, adiantou que a peça é um acto que visa homenagear o autor, destacando o seu contributo na promoção e expansão da literatura nacional.
Enoque explicou que, por se tratar de um livro repleto de várias estórias e situações com episódios diferentes, envolvendo dezenas de personagens, a peça cinge-se em dramatizar ocasiões mais destacadas na obra em que o autor aparece como protagonista ou cujo desfecho se desenrola à volta do escritor
“Por causa do número de estórias que estão dentro do livro, procurámos fazer uma ligação entre as várias estórias e adaptá-las para nos permitir representar e fazer com que elas possam surtir o efeito desejado dentro do teatro”, disse o actor.
“Por causa do número de estórias que estão dentro do livro, procurámos fazer uma ligação entre as várias estórias e adaptá-las para nos permitir representar e fazer com que elas possam surtir o efeito desejado dentro do teatro”, disse o actor.
Estreia exclusiva para familiares e convidados
Por outro lado, o actor fez saber que a estreia da peça, por se enquadrar nas acções do centenário do escritor, é dirigida a um público exclusivo, que será composto maioritariamente por familiares, amigos, antigos colegas e convidados exclusivos do mesmo, segundo a programação da equipa organizadora do referido centenário.
Entretanto, o público em geral terá a oportunidade de assistir à peça a partir de 16 até 22 do corrente mês, no auditório do Horizonte Njinga Mbande, a ser exibida em várias sessões, tanto nos dias de semana como aos fins de semana.
Memorial de Uanhenga Xitu
Recorde-se que, ainda nas acções de celebração do centenário do “Filho de Calomboloca”, foi realizado uma visita ao Memorial de Uanhenga Xitu, que possui, entre outros, uma placa e bustos de mármore, numa praça histórica, situada logo à entrada do cemitério de Camussuami, no município do Icolo e Bengo, região onde nasceu esta importante figura do nacionalismo angolano.
O local foi propositadamente escolhido, por ser lá onde descansam os restos mortais de Uanhenga Xitu que, enquanto em vida, pediu aos filhos que, quando morresse, gostaria de ser enterrado naquele Cemitério, situado na localidade que lhe viu nascer e crescer.
Agostinho André Mendes de Carvalho, popularmente conhecido como Uanhenga Xitu, nasceu em Ícolo e Bengo, a 29 de Agosto de 1924, e morreu em Luanda, a 13 de Fevereiro de 2014, vítima de doença, aos 89 anos de idade. Foi um enfermeiro, politólogo, político, nacionalista e escritor, cujas obras constituem uma importante relíquia no panorama literário-cultural angolano.