Promovido pela Livraria Kayala, desde o passado dia 29 de Julho, o projecto é preenchido por livros literários e não literários, entre obras poéticas, de ensino-geral, dicionários, de educação financeira, de direito, de auto-ajuda, que ficarão patente até 15 deste mês de Agosto. Os preços dos livros variam de mil a 200 mil kwanzas, dependendo da especialidade.
O mentor do projecto, Domingos Álvaro, avançou que a interacção com os cidadãos benguelenses tem sido producente, uma vez que se interessam em saber mais sobre o plano e adquirir as obras expostas para futuras pesquisas.
“Apesar de muitos ainda estarem à espera do salário para adquirir algumas das obras aqui apresentadas, mostram-se satisfeito por esta iniciativa, que leva livros que são dos seus interesses.
A atmosfera tem sido vibrante e acolhedora, reflectindo a rica cultura literária da província”, disse em conversa com OPAÍS. Domingos Álvaro, inserido no mundo literário há 30 anos, referiu que a exposição tem atraído uma variedade de visitantes, desde estudantes, professores, entusiastas da leitura e membros da comunidade local.
De Luanda rumo a outras províncias
Realizado desde o ano passado, 2023, tem por objectivo levar o conhecimento em todo território nacional. No primeiro ano da sua realização, o projecto foi desenvolvido nas 17 províncias do país, excepto em Cabinda, devido aos custos elevados para a viagem. De carácter mensal, ocorre no final de cada mês, durante cerca de duas semanas.
Depois deste tempo, regressam a Luanda, para a aquisição de novas obras, com o objectivo de apetrechar o acervo para a apresentação de uma exposição mais diversificada.
Domingos Álvaro avançou que, depois de Benguela, pretende levar o projecto ao Lubango, no final deste mês, seguindo-se o Namibe, em Setembro. Desde o arranque do projecto, disse Domingos, temos cumprido com a meta de fazer com que os cidadãos nas várias províncias possam ter acesso aos livros, uma vez que maior parte destas obras são apenas comercializadas em Luanda.
“Pois, Angola não é só Luanda. Maior parte das livrarias ficam em Luanda. Por isso, pensamos fazer diferente, ir ao encontro de outras ealidades, saber deles o que realmente necessitam. Nós já temos, quase, o mapeamento de todas as províncias; o que se vende numa e o que não se vende noutra. Tem sido uma boa experiência”, aferiu.
Aquisição das obras
Em termos de rendimento, com a venda das obras, Domingos referiu que tem ajudado apenas na supressão das necessidades básicas. Mas, movido pela paixão de promover os livros, continua com a realização de seus projectos.
A intenção é passar por todas as províncias do país, incluindo Cabinda. “No princípio foi difícil, mas, quando se trata de um propósito, não devemos desistir pelo cansaço.
O convite para voltar não falta. As pessoas querem sempre que regressemos. Até porque há uma ligeira diferença entre os preços praticados por mim com relação àqueles espaços que funcionam nestas províncias”.
Dificuldades
Neste quesito, Domingos referiu que têm enfrentado alguns constrangimentos, relativamente ao processo burocrático para a aprovação da solicitação para o efeito, uma vez que leva meses a serem respondidos.
“Dificuldade várias, tudo porque as administrações municipais levam muito tempo para responder às nossas cartas de solicitação para cedência de espaço, para exercício da actividade.
Depois de ter um feedback, só assim realizamos a exposição. Muitas das vezes, os locais onde nós gostaríamos de expor não é o cedido, dão-nos outros, sem grande visibilidade. Mas, ainda assim, não deixamos de fazer o nosso trabalho”, enfatizou.