O administrador do Alto Cauale, Kiaku Jorge, manifestou que a localidade que dirige possui uma distância aproximada de 182 quilómetros da sede da província e, apesar das potencialidades agrícolas da zona, como a banana, batata-doce, ginguba, abacaxi, laranja e feijão, arroz e mandioca, estes produtos acabam por se estragar na localidade.
Refere que o Alto Cauale tem condições para abastecer municípios vizinhos e outras províncias vizinhas, mas, por falta de vias de acesso, os camponeses não conseguem atingir este objectivo.
“A comuna do Bembe faz fronteira com as províncias de Malanje e também do Cuanza-Norte, mas a via tem dado muita dor de cabeça aos nossos produtores e também tem dificultado a circulação de pessoas e bens”, referiu.
Um dos municípios com maior número de população no Uíge, com mais de 11 mil habitantes, é a Damba, cujas dificuldades equiparam-se a do Alto Cauale, segundo a sua administradora, Eulália Dombaxi.
A responsável salienta que uma das dificuldades da zona prende-se com o mau estado das estradas, mas sublinha que esforços tem estado a ser feito através do Governo local para que haja melhorias.
Neste momento, reforçou, trabalhos de desmatação em algumas vias de acesso estão em curso, com o objectivo de facilitar o escoamento dos produtos do campo para outros pontos do município e do país. “Nós, administração, temos estado a procurar formas de unir mais os agricultores, abrindo portas com a realização das feiras periódicas” garantiu.
Trabalhos paliativos Pedro Zua, administrador do Quimbele, fez saber que, apesar de as vias principais, já terem sido reparadas, persistem ainda os muitos problemas nas vias terciárias que ligam a vila da sede do município para as três comunas.
Pedro Zua considero o acesso “dificílimo”, no caso das zonas do Alto Zaza, Icoca e Cuango, porque as vias não estão reabilitadas e a população vê-se forçada a transportar os produtos caminhando a pé.
“Temos tido ainda dificuldades para transportar os produtos do campo para as sedes das grandes cidades”, desabafou o dirigente, reforçando que, deste modo, os produtos agrícolas acabam por estragar.
Ainda assim, disse que tem um município potencialmente agrícola, no cultivo de gergelim, feijão, abacaxi, ginguba, abóbora, entre outros.
Com a mesma realidade, o município do Songo, para melhorar o escoamento na produção, tem vindo a fazer alguns trabalhos paliativos através do Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza, destacou o seu administrador, Maurício Pascoal.
“É um desafio para nós a melhoria das vias de acesso para que, efectivamente, haja escoamento da produção. A população está a produzir muito e com grande qualidade, nesta altura, o grande desafio são as estradas”, avançou.