Apresente abordagem funda-se como um revisionismo conceptual e dialógico sobre a linguística. Assim sendo, as abstracções sobre o que se entende, sobre o que se define e o valor semântico a que se atribui à linguística não é de todo inerte a novos saberes e a novas interpretações.
Importa, desde já, afirmar que a nossa incursão discursiva não se estende à linguística histórica nem a história da linguística que são dois campos de conhecimento que se diferem até nos seus objectos de análise e, em última hipótese, de abordagem.
Todavia, sublinhamos que a história da linguística dá azo ao percurso histórico de uma ciência, revisitando as suas origens, as suas diferentes etapas e seus estágios de aperfeiçoamento no tempo.
Por sua vez, a linguística histórica funda-se como mecanismo de estudo às mudanças que são operadas por vários factores, por exemplo, interno e externo, nas línguas humanas, no decorrer dos tempos.
Aproveitamos recorrer a dados históricos, em função das literaturas, para afirmamos que os interesses sobre os estudos linguísticos remontam desde a Antiguidade, entretanto, com cunho científico, portanto, com objecto e método próprios, tenham sido apresentados no início do século XX com Curso de Linguística Geral, ministrado por Ferdinand de Saussure, que permite autonomia científica à linguística.
Para a sustentar o nosso postulado, subscrevemos o pensamento de Émile Benviniste “o estruturalismo é a suposição [é a prova da autonomia da linguística] de que se pode estudar uma língua como uma estrutura” (1974, p.8).
Dito isto, como nosso objecto de análise, a presente leitura cognitiva prende-se às três correntes da linguística moderna, mormente, o estruturalismo, o gerativismo e o funcionalismo.
Entendemos que o conceito que melhor se aproxima ao que nos propusemos sustentase a partir das ideias do linguista suíço Ferdinand de Saussure que acentua a linguística como sendo a ciência que estuda a linguagem. Logo, as manifestações inerentes à linguagem humana serão objecto de estudo da linguística.
Contudo, aferimos que as contribuições teóricas e sistémicas de Noam Chomsky, por meio da corrente gerativa, e Roman Jakobson, por meio da corrente funcionalista, constituem em si condimentos atrelados ao estruturalismo para elasticidade sobre o que se compreende, sobre o que se estuda e sobre como interpretam-se os fenómenos linguísticos e suas manifestações, por meio da linguagem, da língua e da fala, nas relações humanas e como objecto de estudo da linguística.
Entendemos ser fundamental trazermos à baila as diferentes abordagens das correntes já mencionadas. Pois que, conforme várias literaturas, assistimos à unanimidade quanto à influência do pensamento estruturalista do linguista Ferdinand Saussure para a conceptualização do que hoje chamamos de linguística moderna.
Importa italizar que as ideias trazidas pela corrente gerativa e funcionalista, elas, embora se sustentam a partir do estruturalismo, apresentam um viés de ruptura que abre acepções, com as devidas objecções, para abordagens diferenciadas sobre a linguística.
Travam dignas e acesas discussões no campo tripartido da linguagem, da língua e da fala, que fundamentam as suas teses e proposições linguísticas.
Por: Hamilton Artes