A acção faz parte dos exercícios Balikatan, que Washington e Manila vêm realizando, anualmente, há décadas. No entanto, a inclusão de Itbayat nos exercícios de 2024 destaca o papel que as Filipinas poderiam desempenhar em qualquer conflito potencial sobre Taiwan, relata a agência Bloomberg, que foi convidada a acompanhar o treino.
Parte do grupo de ilhas Batanes, Itbayat fica a cerca de 160 quilómetros ao Sul do extremo Sul de Taiwan. As 7.600 ilhas do país são o local perfeito para basear o tipo de meios antinavio e de inteligência que seriam necessários para combater uma eventual invasão chinesa, sublinha a mídia.
Os EUA também estão a ajudar a construir um armazém para melhorar a infraestrutura e garantir que os residentes se sintam confortáveis com a sua presença recorrente.
Espera-se que o governo local assuma o controlo das instalações construídas pelo Exército norte-americano assim que estiverem concluídas.
“Estamos aqui como um meio de dissuasão – estamos a oferecer uma capacidade de combate confiável. Vocês são mais fortes juntos do que sozinhos”, disse o major Robert Patterson, que comanda as forças que vão para Itbayat.
Os políticos filipinos dizem que o eu país não se envolverá em qualquer conflito futuro sobre Taiwan e insistem que os exercícios de Balikatan sejam realizados apenas para proteger o seu próprio território. Mas mesmo a possibilidade de um envolvimento passivo das Filipinas representaria desafios para Pequim. “A perspectiva de acesso dos EUA a instalações nas Filipinas é um problema real para a China.
É mais fácil esconder forças lá do que nas poucas ilhas japonesas mais próximas de Taiwan, o que representa um grande desafio de inteligência para Pequim”, afirmou à mídia Zack Cooper, antigo funcionário do Pentágono e membro sénior do American Enterprise Institute.
A mídia levanta três possibilidades para o uso do território: as instalações militares serem usadas para ajudar os residentes do Sudeste Asiático em Taiwan a evacuarem da ilha; instalações de radares nas ilhas fornecendo informações às tropas dos EUA num conflito ou facilitar o fluxo de logística; e uma terceira opção: perspectiva de utilização de bases filipinas para a descolagem de aviões de combate dos EUA ou mesmo para ataques de artilharia contra navios chineses.
Mesmo com os exercícios e uma notória proximidade entre Washington e Manila, o presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr., pelo menos publicamente, disse que os EUA não podem usar as bases militares do seu país para “acções ofensivas” contra a China no caso de uma guerra por Taiwan.