Ver chorar o então ministro das telecomunicações, José Carvalho da Rocha, durante o lançamento do primeiro satélite, hoje em parte incerta, foi uma imagem forte que os angola- nos jamais irão esquecer. não está em causa o facto de o ministro ter deixado cair as lágrimas, o que acontece com qualquer mortal em momentos de tristeza e alegria, mas sim o sumiço do investimento em que foram gastos largos milhões de dólares norte-americanos.
Desde então, procurou-se associar aquela cena a um suposto fracasso total do Executivo, mesmo depois de se ter conseguido lançar em órbita um novo satélite, hoje funcional, tempos depois: o Angosat 2. Houve até – com vários resquícios nos dias de hoje – indivíduos de vários estratos sociais, incluindo políticos, que procuram desacreditar o investimento e a necessidade que existia em se investir na área espacial.
Alguns, sem pestanejar, ainda nos dias que correm não só desacreditam como igualmente mantêm a ideia de que ainda não se observam os frutos de tal investida. não sou um expert na área espacial. Aliás, estou longe disso. Considero-me mesmo um leigo na matéria, mas sou feliz por já ter visto a falar o engenheiro Zolana, o homem que hoje dirige o gabinete de gestão Espacial nacional.
Distante das incertezas que ainda se observa no seio de muitos populares, quem cruza o caminho dos responsáveis e técnicos desta instituição acaba por ficar convencido de que mais do que mera ilusão – como alguns cépticos passam – os serviços do Angosat afinal existem mesmo e muitos angolanos já vão tirando benefícios há algum tempo.
Tendo em conta a dimensão atingida pelo projecto, os serviços existentes e até mesmo o interesse que alguns países, como Zâmbia, vão manifestando pelo Angosat, a esta altura do campeonato espacial os cidadãos deveriam estar mais esclarecidos com os ganhos alcançados e os benefícios para o país e os angolanos.
É preciso combater o angopessimismo vigente em muitos, alguns dos quais o fazem de forma deliberada por forma a desacreditar até aquilo que vai sendo bem-feito. Contrariamente ao que muitos pensam, o Angosat 2 existe e os seus serviços até já vão sendo comercializados.
Por esta razão, é importante que até os angolanos, sobretudo os que possuem alguma capacidade de compreensão, possam saber o que existe de facto e eles próprios levarem aos demais a informação e certeza de que os milhões investidos não foram em vão.