Nos últimos anos, o mundo tem testemunhado uma mudança significativa impulsionada pela revolução digital.
A Transformação Digital, entendida como a integração de tecnologia em todos os aspectos da sociedade, tem remodelado indústrias, governos e comunidades em todo o mundo.
No entanto, em Angola, essa transformação tem sido enfrentada com resistência e desafios únicos. Enquanto em muitos países a Transformação Digital está em pleno andamento, em Angola, observamos um cenário misto.
Por um lado, há esforços notáveis de algumas instituições, especialmente no setor bancário, para impulsionar a adoção de soluções tecnológicas e facilitar a vida dos cidadãos. Entretanto, esses esforços são muitas vezes insuficientes devido à falta de conscientização e resistência por parte da população e de algumas entidades.
Um exemplo claro dessa resistência pode ser observado no setor dos transportes relacionados aos combustíveis. Há cerca de duas décadas, o pagamento só podia ser feito em dinheiro vivo.
Posteriormente, foram introduzidos os cartões multicaixa, proporcionando maior comodidade e segurança tanto para os consumidores quanto para os fornecedores.
Todavia, apesar da evolução tecnológica, ainda é comum encontrar situações onde o pagamento só pode ser feito com cartões multicaixa ou em dinheiro, excluindo alternativas mais modernas como aplicativos de pagamento disponibilizados pelos bancos.
Este cenário não é exclusivo do setor de combustíveis, mas se estende a várias outras áreas da sociedade angolana.
Embora existam soluções tecnológicas disponíveis, a mentalidade da população nem sempre está preparada para lidar com essas novidades. Essa lacuna entre a disponibilidade da tecnologia e sua adoção efetiva é um desafio significativo para o progresso digital do país. Porém, há sinais promissores de mudança.
As operadoras móveis angolanas têm desempenhado um papel crucial na promoção da transformação digital, com serviços como Unitel Money e Afrimoney ganhando popularidade.
Além disso, outras empresas, como Paypay e akipaga, estão oferecendo soluções inovadoras que promovem a inclusão financeira e impulsionam a economia digital.
Para superar a resistência à transformação digital, é crucial que o governo angolano, por meio do ministério de tutela, implemente medidas de conscientização e capacitação.
A educação da população sobre as vantagens e oportunidades proporcionadas pela tecnologia é fundamental para estimular uma mudança de mentalidade e promover uma adoção mais ampla das soluções digitais disponíveis.
Além disso, as instituições que demonstram resistência à transformação digital precisam começar a adotar medidas progressivas para modernizar seus serviços.
A implementação gradual de tecnologias e processos digitais pode melhorar a eficiência, a transparência e a acessibilidade dos serviços oferecidos, beneficiando tanto as organizações quanto os cidadãos.
Em última análise, a resistência à transformação digital em Angola representa um desafio, mas também uma oportunidade para impulsionar o desenvolvimento e a inovação.
Ao superar as barreiras existentes e abraçar plenamente as oportunidades oferecidas pela revolução digital, Angola pode posicionar-se como um líder regional em economia digital e oferecer um futuro mais próspero e inclusivo para seus cidadãos.
Por: LADY MUKEBA