O deputado eleito pela lista da UNITA através da plataforma Frente patriótica unida (FPU), entretanto sem respaldo legal, confirmou a este jornal ter endereçado uma carta à presidente da Assembleia Nacional a solicitar independência na sua actuação no parlamento, por representar a sociedade civil
Francisco Viana esclareceu que esse manifesto não significa um afastamento da Frente Patriótica Unida do qual se mantém firme nos seus ideais e nas batalhas desta força política, pelo que não significa uma desvinculação ao projecto, mas pretende que os seus actos não sejam vinculados ao partido UNI- TA, do qual não é militante. “Pedi à Assembleia para lá estar de uma forma mais independente, mas em nenhum momento disse que abandonava a FPU.
Portanto, mantenho-me firme nos ide- ais e nas batalhas da FPU, agora para poder trabalhar como independente, porque represento a sociedade civil e representando essa franja não posso estar debaixo de partidos, por isso mesmo até saí do MPLA”, esclarece. O deputado referiu que esse pedido nada tem a ver com uma pretensa intenção de saída da FPU, pois, em nenhum momento, a carta endereçada à presidente da Assembleia Nacional faz essa referência, toda- via aguarda com serenidade pela resposta, cujo pedido já deverá estar a ser analisado nas comissões competentes da casa das leis.
Desse modo, ressalta, continua a apoiar a UNITA, a FPU, a alternância democrática, porém, enquanto representante da sociedade civil, defende a necessidade dessa independência, para que os seus pronunciamentos não sejam vinculados ao partido UNITA por que fora eleito para lá estar como independente. “Tenho de trabalhar com a sociedade civil e não estar debaixo de um chapéu partidarizado”, salientou, adiantando que, embora ainda não obtivesse resposta da Assembleia Nacional, essa sua pretensão, até ao momento, não foi contraria- da pela direcção da UNITA, a lista pela qual fora eleito.
Por ora, Francisco Viana aguarda o deferimento da Assembleia Nacional com base à lei, mas garante que não há qualquer choque com o partido que permitiu a sua eleição, muito menos posição contrária, por considerar que mantém os ideais e que Adalberto Costa Júnior devia estar no cargo de Presidente da República, por terem ganho as últimas eleições gerais, realizadas em Agosto de 2022.
Por outro lado, esclareceu que contrariamente ao que é dito, não é contra a implementação das autarquias locais, mas para si, elas de- vem ser melhor debatidas sob o risco de elas serem manipuladas. De realçar que Francisco Viana é dissidente do MPLA com o qual rompeu em 2022, tendo a posterior declarado apoio à UNITA através da plataforma Frente Patriótica Uni- da, que igualmente integra o Bloco Democrático e o projecto político PRA-JA Servir Angola.