Tive o privilégio de testemunhar e transmitir de viva voz para todos os angolanos, e não só, a última conquista do basquetebol masculino, que aconteceu em Abidjan, na Côte d’Ivoire, em 2013.
De lá para cá, a penúria é gritante no que a títulos diz respeito. Paramos no tempo, com uma mistura de erros e egos que resvalam a modalidade para o abismo.
Apesar do aumento de investimentos na modalidade, a nível dos maiores clubes da nossa praça, o certo é que a nossa selecção masculina, a mais titulada do basquetebol continental, está há mais de uma década na “seca”, apesar da alternância de treinadores e de direcções na federação.
Não é admissível ver antigos praticantes, que deram o seu melhor em prol do basquetebol, totalmente desinteressados com a modalidade, nem sequer vão aos pavilhões ver os grandes jogos da competição doméstica.
A falta de alguma coerência na convocação de alguns atletas, com provas dadas, agravada com a inexistência de uma articulação das partes para justificar publicamente estas decisões, tem afastado ainda mais os amantes da modalidade no país.
É preciso promover a meritocracia dos técnicos angolanos, muitos deles recheados de conquistas nacionais e internacionais. Também deve ser dado o devido reconhecimento aos treinadores estrangeiros que actualmente e no passado contribuíram para a hegemonia continental.
Lanço aqui um repto à família do basquetebol para que se promova um encontro nacional da modalidade, com o objectivo de se abordar com a devida profundidade os grandes males que enfermam a modalidade e traçar os caminhos viáveis para o resgate do nosso basquetebol.
A minha percepção diz-me que continuamos a fazer muito pouco para voltarmos ao passado glorioso da modalidade em África.
É preciso apostar na descoberta de novos talentos e garantir o seu crescimento competitivo em Angola ou no estrangeiro, através de acordos consistentes com clubes ou mesmo com países de topo mundial.
Os interesses do país devem sobrepor-se sempre à vontades e egos pessoais que nada tem contribuído para a afirmação de Angola em África e no mundo.
Por: Luís Caetano