É comum ouvir o adágio popular, segundo o qual, é de pequeno que se torce o pepino. Este processo acontece a partir do momento que o ser vivente é mandado para a sociedade.
Quando a pessoa nasce e é tida como um ser social, graças ao denominado processo de socialização ou a incidência de vários agentes de socialização sobre ela.
A igreja, a escola, os meios de comunicação, os grupos sociais ou de pares, como considera a Sociologia, sem descurar a família que é tida como o principal agente de socialização, são alguns dos responsáveis por este processo.
O processo de socialização vai permitir, não só a interiorização dos conhecimentos, como também a interacção, em função do que foi aprendido e apreendido, ante a inclusão e integração, elementos muitas vezes não tidos em conta, na nossa sociedade, sobretudo em algumas instituições de ensino.
A interiorização do conhecimento, seja negativo ou positivo, percebe-se como fruto do processo da partilha, ou se quisermos, da interacção com os outros seres semelhantes.
Como os órgãos de sentido não são responsáveis pelo que sentem, vêem, ouvem, percebem, etc., tudo que lhes for oferecido, recebem. É aí onde entra a responsabilidade de quem, por exemplo, de forma directa ou indirecta, informa, transmite.
E se quem o faz não tiver tal responsabilidade, um dos agentes deve ser o responsável pela moldagem, este, só poderá ser a escola, precedida da família.
Em tempos, na véspera do carnaval, enquanto passava, vi e ouvi duas crianças que pareciam eram alunos da 5.ª Classe, em grande discussão. A conversa que girava em torno do carnaval estava a ser moderada por um adulto que passara naquelas mediações, tal como eu.
Discussão frutífera, digamos, em torno do carnaval. Eram, como disse, duas crianças que a mim, pareciam estavam a sair de uma Explicação ou grupo de estudo, pois carregavam consigo cadernos andrajosos e livros, cuja classe não foi possível vislumbrar. Todos eles motivados, discutiam sobre o carnaval.
Para os que pensam que o mesmo é um assunto apenas reservado para os adultos, ledo engano! O pensamento e a inteligência não têm fronteiras… — (…) Carnaval é dança, é folha, quem disse é a professora, da outra vez na escola! — Sim, mas não é folha, é folia… — corrigiu o coevo.
Uma dança mundana… — acrescentou. — Mundana, não! É uma festa cristã, aprendemos isso na disciplina de Educação Religiosa. — Eu não comemoro, na minha religião isso não é permitido.
— Aiê?! Nós aprendemos na disciplina de Educação Religiosa, que, o carnaval é um festival mundial que ocorre antes da estação da Quaresma… — Na nossa escola não se ensina esta disciplina, aliás, mesmo se ensinassem, acho que não participaria, porque o meu pai não permitiria.
Carnaval é uma festa de nudez, tenho visto na tv, às vezes!…
Após a intervenção que antecede este parágrafo, aproximei-me, saudei-os, sem procurar saber mais nada sobre eles, ali fiquei, apreciando, enquanto o mais velho tomou a palava: — Meninos, sinto-me satisfeito por vos ver a discutir sobre uma temática actual. — É lindo saber que entre vocês, um celebra o carnaval e o outro não, mas respeitam-se mutuamente.
Este respeito que cada um de vocês nutre, um pelo outro, é muito importante. O mundo é feito de diferenças, de opções ou preferências, de diversidade cultural e de pensamentos.
— Filhos, o carnaval é uma festa pública, com desfile combinando. Normalmente, as pessoas usam trajes semelhantes, o que lhes permite perder a sua individualidade quotidiana e experimentar um sentido elevado de unidade social. Segundo sei, a palavra carnaval vem do latim carne levare, que significa “afastar-se da carne”.
Carnaval é um termo que começou a circular por volta dos séculos XI e XII e se referia à véspera da Quarta-feira de cinzas, época em que se iniciava a abstenção da carne.
O carnaval era o último dia permitido para o consumo de carne antes dos dias do jejum da Quaresma. Apesar de muitos desconhecerem os mais variados detalhes sobre esta grande festividade, comemoram-no, cantando, dançando e demonstrando o seu valor cultural e, Angola não foge à regra.
Dito isto, sem mais se alongar, talvez devido ao nível de escolaridade dos meninos com os quais conversava, deu uma pausa no assunto sobre o carnaval e contornou o assunto, introduzindo um outro, sobre o aproveitamento dos mesmos na escola. Neste, interferi e conclui que os meninos têm rumo.
Despedimo-nos então… Em casa, pus-me a pensar na motivação, no interesse com que um dos meninos tentava convencer o outro, explicando-o sobre o que há de bom no carnaval. Uma motivação que teve origem na explicação passada pela Professora, durante a aula que diz ter participado.
A cachola não me deixou repousar, direccionou os pensamentos na união dos grupos, no entrelaçamento dos mesmos, na motivação dos líderes, não só dos grupos em causa, como também dos líderes das áreas representadas por cada um dos grupos, como é o caso do União Povo da Quiçama, em que a administradora municipal, Níria Marques, levou e elevou o grupo, dançando Sambalage, uma dança típica do município que dirige, isto é, desde os ensaios, o que serviu como força para que o mesmo desfilasse diante da multidão presente na Marginal de Luanda, levando consigo as características da município.
Não foi por acaso que, em poucos meses a dirigir os destinos do município, tenha sido considerada a terceira administradora mais dinâmica de Luanda.
O gesto da administradora foi de certo modo visto como motivação pura, na medida em que, os munícipes e partícipes do grupo, sentiram-se abraçados, acariciados e motivados, o que levou alguns munícipes a tecer elogios sobre o seu magno gesto, que não só esperou o desfile no palco central, mas acompanhou e apoiou com o necessário para que o Sambalage cantado e dançado por filhos da Quiçama, liderados por Manuel Sondoca, fosse apreciado pelo povo angolano e quiçá, pelo mundo a fora.
O grupo carnavalesco que figurava entre os 12, dentre os quais, os destacados, União Kazucuta do Sambizanga, União Operário Kabocomeu, União Amazona do Prenda, União Nzinga Mbandi, União Kiela, União Mundo da Ilha, União Recreativo do Kilamba, este último, arrebatador de prémios, estava no dia 12, às 16 horas, o União Povo da Quiçama, com uma música e dança diferenciada, admirado e aplaudido por muitos, como é o caso de personalidades como Lauriano Tchoia e Isaac Paxe, que nas suas páginas oficiais do Facebook, fizeram questão de expressar o seu bom gosto, de ver desfilar aquele grupo carnavalesco.
Se de um lado, Mumbondo, Quixinge, Muxima, Cabo Ledo e Demba Xio, deixaram os seus rastos no palco mais visível daquele dia, por todos os angolanos e não só, damos graças a Deus, aos filhos da terra, ao grupo carnavalesco, mas também, à administradora Níria, que serviu de motivação extrínseca, como é chamada em Psicologia, para o grupo.
A forma dançante como o grupo se apresentou, demonstrou que ante a motivação intrínseca, a citada no parágrafo anterior é sempre importante, pois faz com que qualquer um atinja a meta desejada.
O grupo carnavalesco União Povo da Quiçama, apesar de ter figurado em sétimo lugar, é um vencedor, uma vez que, conseguiu elevar o município, o que é para muitos, considerado também como ganho.
É coisa para dizer que, a motivação, isto é, o apoio financeiro, material, moral e/ou afectivo e não só, é uma alavanca para a produtividade de qualquer um, grupo ou organização.
A todos os grupos carnavalescos que elevaram ao êxtase qualquer apreciador do carnaval nacional, especialmente ao União Povo da Quiçama, do qual me sinto representado, por ser um Caxarandanda puro, bem-haja!
Por: VALENTINO FREDERICO
É comum ouvir o adágio popular, segundo o qual, é de pequeno que se torce o pepino. Este processo acontece a partir do momento que o ser vivente é mandado para a sociedade.
Quando a pessoa nasce e é tida como um ser social, graças ao denominado processo de socialização ou a incidência de vários agentes de socialização sobre ela.
A igreja, a escola, os meios de comunicação, os grupos sociais ou de pares, como considera a Sociologia, sem descurar a família que é tida como o principal agente de socialização, são alguns dos responsáveis por este processo.
O processo de socialização vai permitir, não só a interiorização dos conhecimentos, como também a interacção, em função do que foi aprendido e apreendido, ante a inclusão e integração, elementos muitas vezes não tidos em conta, na nossa sociedade, sobretudo em algumas instituições de ensino.
A interiorização do conhecimento, seja negativo ou positivo, percebe-se como fruto do processo da partilha, ou se quisermos, da interacção com os outros seres semelhantes.
Como os órgãos de sentido não são responsáveis pelo que sentem, vêem, ouvem, percebem, etc., tudo que lhes for oferecido, recebem. É aí onde entra a responsabilidade de quem, por exemplo, de forma directa ou indirecta, informa, transmite.
E se quem o faz não tiver tal responsabilidade, um dos agentes deve ser o responsável pela moldagem, este, só poderá ser a escola, precedida da família.
Em tempos, na véspera do carnaval, enquanto passava, vi e ouvi duas crianças que pareciam eram alunos da 5.ª Classe, em grande discussão. A conversa que girava em torno do carnaval estava a ser moderada por um adulto que passara naquelas mediações, tal como eu.
Discussão frutífera, digamos, em torno do carnaval. Eram, como disse, duas crianças que a mim, pareciam estavam a sair de uma Explicação ou grupo de estudo, pois carregavam consigo cadernos andrajosos e livros, cuja classe não foi possível vislumbrar. Todos eles motivados, discutiam sobre o carnaval.
Para os que pensam que o mesmo é um assunto apenas reservado para os adultos, ledo engano! O pensamento e a inteligência não têm fronteiras… — (…) Carnaval é dança, é folha, quem disse é a professora, da outra vez na escola! — Sim, mas não é folha, é folia… — corrigiu o coevo.
Uma dança mundana… — acrescentou. — Mundana, não! É uma festa cristã, aprendemos isso na disciplina de Educação Religiosa. — Eu não comemoro, na minha religião isso não é permitido.
— Aiê?! Nós aprendemos na disciplina de Educação Religiosa, que, o carnaval é um festival mundial que ocorre antes da estação da Quaresma… — Na nossa escola não se ensina esta disciplina, aliás, mesmo se ensinassem, acho que não participaria, porque o meu pai não permitiria.
Carnaval é uma festa de nudez, tenho visto na tv, às vezes!…
Após a intervenção que antecede este parágrafo, aproximei-me, saudei-os, sem procurar saber mais nada sobre eles, ali fiquei, apreciando, enquanto o mais velho tomou a palava: — Meninos, sinto-me satisfeito por vos ver a discutir sobre uma temática actual. — É lindo saber que entre vocês, um celebra o carnaval e o outro não, mas respeitam-se mutuamente.
Este respeito que cada um de vocês nutre, um pelo outro, é muito importante. O mundo é feito de diferenças, de opções ou preferências, de diversidade cultural e de pensamentos.
— Filhos, o carnaval é uma festa pública, com desfile combinando. Normalmente, as pessoas usam trajes semelhantes, o que lhes permite perder a sua individualidade quotidiana e experimentar um sentido elevado de unidade social. Segundo sei, a palavra carnaval vem do latim carne levare, que significa “afastar-se da carne”.
Carnaval é um termo que começou a circular por volta dos séculos XI e XII e se referia à véspera da Quarta-feira de cinzas, época em que se iniciava a abstenção da carne.
O carnaval era o último dia permitido para o consumo de carne antes dos dias do jejum da Quaresma. Apesar de muitos desconhecerem os mais variados detalhes sobre esta grande festividade, comemoram-no, cantando, dançando e demonstrando o seu valor cultural e, Angola não foge à regra.
Dito isto, sem mais se alongar, talvez devido ao nível de escolaridade dos meninos com os quais conversava, deu uma pausa no assunto sobre o carnaval e contornou o assunto, introduzindo um outro, sobre o aproveitamento dos mesmos na escola. Neste, interferi e conclui que os meninos têm rumo.
Despedimo-nos então… Em casa, pus-me a pensar na motivação, no interesse com que um dos meninos tentava convencer o outro, explicando-o sobre o que há de bom no carnaval. Uma motivação que teve origem na explicação passada pela Professora, durante a aula que diz ter participado.
A cachola não me deixou repousar, direccionou os pensamentos na união dos grupos, no entrelaçamento dos mesmos, na motivação dos líderes, não só dos grupos em causa, como também dos líderes das áreas representadas por cada um dos grupos, como é o caso do União Povo da Quiçama, em que a administradora municipal, Níria Marques, levou e elevou o grupo, dançando Sambalage, uma dança típica do município que dirige, isto é, desde os ensaios, o que serviu como força para que o mesmo desfilasse diante da multidão presente na Marginal de Luanda, levando consigo as características da município.
Não foi por acaso que, em poucos meses a dirigir os destinos do município, tenha sido considerada a terceira administradora mais dinâmica de Luanda.
O gesto da administradora foi de certo modo visto como motivação pura, na medida em que, os munícipes e partícipes do grupo, sentiram-se abraçados, acariciados e motivados, o que levou alguns munícipes a tecer elogios sobre o seu magno gesto, que não só esperou o desfile no palco central, mas acompanhou e apoiou com o necessário para que o Sambalage cantado e dançado por filhos da Quiçama, liderados por Manuel Sondoca, fosse apreciado pelo povo angolano e quiçá, pelo mundo a fora.
O grupo carnavalesco que figurava entre os 12, dentre os quais, os destacados, União Kazucuta do Sambizanga, União Operário Kabocomeu, União Amazona do Prenda, União Nzinga Mbandi, União Kiela, União Mundo da Ilha, União Recreativo do Kilamba, este último, arrebatador de prémios, estava no dia 12, às 16 horas, o União Povo da Quiçama, com uma música e dança diferenciada, admirado e aplaudido por muitos, como é o caso de personalidades como Lauriano Tchoia e Isaac Paxe, que nas suas páginas oficiais do Facebook, fizeram questão de expressar o seu bom gosto, de ver desfilar aquele grupo carnavalesco.
Se de um lado, Mumbondo, Quixinge, Muxima, Cabo Ledo e Demba Xio, deixaram os seus rastos no palco mais visível daquele dia, por todos os angolanos e não só, damos graças a Deus, aos filhos da terra, ao grupo carnavalesco, mas também, à administradora Níria, que serviu de motivação extrínseca, como é chamada em Psicologia, para o grupo.
A forma dançante como o grupo se apresentou, demonstrou que ante a motivação intrínseca, a citada no parágrafo anterior é sempre importante, pois faz com que qualquer um atinja a meta desejada.
O grupo carnavalesco União Povo da Quiçama, apesar de ter figurado em sétimo lugar, é um vencedor, uma vez que, conseguiu elevar o município, o que é para muitos, considerado também como ganho.
É coisa para dizer que, a motivação, isto é, o apoio financeiro, material, moral e/ou afectivo e não só, é uma alavanca para a produtividade de qualquer um, grupo ou organização.
A todos os grupos carnavalescos que elevaram ao êxtase qualquer apreciador do carnaval nacional, especialmente ao União Povo da Quiçama, do qual me sinto representado, por ser um Caxarandanda puro, bem-haja!
Por: VALENTINO FREDERICO