Não há como esquecer o encontro com os jovens do Luquembo, em Malanje. Foi num daqueles dias em que acreditamos que o sacrifício por um posto de trabalho não passa necessariamente por nos estabelecermos aí onde nascemos ou crescemos.
Normalmente, quando surgem os concursos públicos ou até mesmo admissão em empresas públicas ou privadas, é recorrente ver jovens que se manifestam agastados com a possibilidade de encontrarem um posto de trabalho numa área distante.
Naquele dia, no Luquembo, dezena de jovens, provenientes das províncias de Luanda, Cuanza-Norte, Benguela e Bié fizeram-se ao nosso encontro.
Cada um tem a sua história. E foi possível escutá-los ao jantar organizado por um político. Para muitos deles, o mais importante era conseguir um emprego, sobretudo numa fase em que os níveis de desemprego não eram tão acentuados como hoje.
Embora muitos desejassem, não havia no horizonte qualquer hipótese de se atribuir subsídios de isolamento aos jovens ou demais funcionários públicos.
Ainda assim, a alegria no rosto dos jovens era visível. A mim não repugna, de jeito nenhum, que hoje os jovens no Luquembo ou noutras partes do país, depois de terem abandonado as suas terras de origem, possam receber os subsídios que começarão a ser entregues aos funcionários públicos.
Aí ao lado, na Lunda-Norte, sabe-se que cerca de três mil funcionários públicos, nas localidades de Cambulo, Capenda Camulemba, Xá-Muteba, Cuilo, Caungula, Lubalo e Lóvua terão direito aos subsídios de isolamento, que visam incentivar os que trabalham nas áreas recônditas.
É o cumprimento de uma decisão tornada pública em Janeiro deste ano, no final da primeira sessão extraordinária do Conselho de Ministros, orientado pelo Presidente da República, João Lourenço, cuja entrada em vigor está prevista para o primeiro trimestre deste ano.
Com isso, certamente que muitos enfermeiros, médicos, professores e outros agentes públicos se sentirão reconhecidos e outros não terão qualquer receio caso tenham de labutar em zonas distantes.