Novos ventos agitam, positivamente, a governação do Presidente da República de Angola, João Lourenço, pois no segundo mandato à frente dos destinos do país, foi recebido na Casa Branca, nos Estados Unidos da América (EUA), pelo seu homólogo Joe Biden
A chegada de João Lourenço à Casa Branca representa um a nova era nas relações diplomáticas entre os dois Estados, visto que o primeiro sinal se deu a 19 de Maio de 1993, na administração Bill Clinton. Volvidos 30 anos de relações, para lá da Guerra Fria, à luz do novo conceito, geopolítica, uma mistura de geografia relações e dinâmicas de poder global, Angola volta a despertar o interesse da política externa das terras do Tio Sam.
Por conta disto, na Cimeira EUA- África, realizada em Dezembro do ano passado, o Presidente norte- americano fez saber que era necessário fortalecer as ligações com o país também banhado pelo Oceano Atlântico. Na agenda política americana, entre outros assuntos, consta o corredor do Lobito, Benguela, linha férrea, a qual facilita o acesso ao mar, as províncias do Huambo, Bié e Moxico, assim como a República Democrática do Congo e a Zâmbia, países que fazem parte da África Austral.
O corredor, inaugurado pelo Presidente da República em Julho passado, por ser um eixo de circulação de bens e serviços na importação e exportação de mercadorias, logo a administração Biden apoia a iniciativa de Angola. Com diferentes estratégias, a movimentação vai permitir a exportação de minérios, dando lugar a um capitalismo financeiro concreto com vista a gerar desenvolvimento da economia angolana.
A presença do BRICS na África Austral (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), países que têm o objectivo de cooperar em vários domínios e desenvolverem juntos, terá quiçá, acelerado a ida de João Lourenço à Casa Branca. Perante o cenário em questão, tudo indica que Angola ganha terreno neste plano e logo os americanos deverão colocar a África do Sul no pause temporário ou eterno nos próximos tempos. A ida da África do Sul ao BRICS, embora haja a liberdade dos Esta- dos terem sempre uma porta para contactar, não terá caído da melhor forma à política externa dos EUA.
De acordo com o site XINHUA, a África do Sul é o primeiro país a assinar a cooperação do Cinturão e Rota com a China, aliás é o maior parceiro comercial do gigante asiático há 13 anos. O stock financeiro de investimento chinês na África do Sul ronda os 10 biliões de dólares, sendo que mais de 200 empresas chinesas operam, neste momento, nas terras de Nelson Mandela. Os dados indicam que os EUA de- verão avocar Angola como o parceiro ideal na África Austral e um pouco por todo o continente, tendo em conta os interesses definidos.
O conflito no Leste da República Democrática do Congo (RDC) com o Rwanda, pelos contornos que apresenta, Angola vai sendo o agente na luta pela paz naquela região do continente. Desde que chegou ao poder, João Lourenço tem virado o lenço àquela região, visto que se houver estabilidade saem a ganhar os dois países e povos, visto que ela é rica em recursos minerais.
No campo da diplomacia, ligada à gestão de conflitos e à busca da paz, Angola tem uma vasta experiência, logo, querendo ou não, o Presidente é uma peça fundamental na resolução do conflito naquela região com ou sem ingerência de forças externas. Por isso, salta à vista o volume de investimentos da administração Biden, no sector social e das tecnologias de informação, orçados em 350 e 15 milhões de dólares para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, assim como para a digitalização do continente africano e também no sector das energias limpas.