A direcção da UNITA manifestou, nesta Terça-feira, 5, a sua posição sobre os últimos desenvolvimentos relativos à Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP), acusando de estar a ser manipulada pelos Serviços de Informação e Segurança (SINSE ), que, em seu entender, afastou o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, o coordenador do processo
O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, numa comunicação à imprensa, feita esta Terça-feira, em Luanda, condicionou a participação do seu partido na CIVICOP, do qual é membro, se a mesma não retomar os propósitos da sua criação.
O líder da UNiTA lembrou que a Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos foi uma iniciativa do Governo de Angola, tendo estabelecido o período do conflito angolano ao intervalo do 11 de Novembro de 1975 a 04 de Abril de 2002, dia em que foram assinados os Acordos de Paz e também o pressuposto de que, a partir daquele dia, Angola, não mais testemunharia a morte violenta de nenhum dos seus filhos em função de causas políticas.
Esta iniciativa, segundo disse, foi anunciada em Abril de 2019, numa cerimónia na Assembleia Nacional, onde foram explicados os objectivos de promover a reconciliação, a pacificação dos espíritos, a entrega formal de documentação por parte das instituições do Estado a familiares que tanto esperavam por este acto legal e de justiça.
Adalberto Costa Júnior defende a intenção de se criar em Angola uma Comissão de Paz e de Reconciliação Nacional, a exemplo da Comissão da Verdade e de Reconciliação criada na África do Sul, que debateu publicamente os conflitos, que responsabilizou os autores, exigindo dos mesmos pedidos de desculpas e transmitiu a toda Nação sul-africana e ao mundo um genuíno processo de Reconciliação e da Verdade.
Desse modo, a UNITA propôs, segundo o seu líder, imensas vezes a criação em Angola de uma Comissão de Paz e Reconciliação capaz de debater os conflitos, de responsabilizar, de exigir desculpas aos actores dos conflitos, a todos eles, e de perdoar.
“Infelizmente, o Governo e o Partido que o sustenta nunca aceitou uma tal Comissão de Verdade e de Reconciliação Nacional”, lamentou.
Perdão às vítimas
Por fim, o presidente da UNITA pediu desculpas públicas ao povo e às vítimas dos conflitos. “Hoje, aqui e agora, em nome da UNITA, venho humildemente dirigir, mais uma vez, às vitimas dos conflitos, ao heroico povo angolano, a Deus, um pedido sincero de desculpas pela nossa parte”, disse Costa Júnior, reiterando a posição da UNITA na criação de uma comissão da verdade e reconciliação nacional.
Por: José Zangui