O ensino da Língua Portuguesa sempre esteve vinculado ao princípio pedagógico excludente do certo e do errado, privilegiando o ensino da gramática normativa, pois considera o erro como toda situação linguística que se desvia da norma.
Conforme Halliday et al. (1974), os tipos de ensino da língua são: prescritivo, descritivo e produtivo. Neste âmbito, as aludidas classificações visam trazer à tona as modalidades de ensino e aprendizagem da língua.
O ensino prescritivo privilegia o princípio pedagógico do certo e errado, substituindo os padrões da actividade linguística dos sujeitos (falantes), próprios do seu mundo vivido, considerados errados ou inaceitáveis.
Neste tipo de ensino, a língua é concebida como expressão do pensamento por meio de regras a serem seguidas para a sua organização lógica.
No mesmo, o indivíduo desconhece que a língua é produzida socialmente, na relação homem-mundo, na medida em que as outras formas não consagradas pelos bons escritores passam a ser consideradas como desvios, erros, deformações ou degenerações das regras do bom uso da língua.
Este ensino tem priorizado a gramática normativa, assumindo um carácter tradicional e a Língua Portuguesa passa a ser vista como um sistema fechado, onde mudanças não são permitidas,restringindose ao ensino gramatical.
O outro tipo de ensino, o descritivo, preocupa-se em demonstrar como acontece o funcionamento de uma determinada língua, considerando-a como instrumento de comunicação.
A partir deste ensino, o indivíduo aprende a desenvolver o raciocínio científico e a capacidade de análise sistemática dos fenómenos linguísticos.
O ensino produtivo objectiva ensinar novas habilidades linguísticas aos utentes da língua, não alterando os padrões já adquiridos, mas aumentar os recursos que possui para o devido uso em diversas situações comunicativas.
Para o efeito, o professor deve desenvolver o ensino produtivo da língua, abrindo espaços para as variedades linguísticas presentes nos mais diversos tipos de texto, dando, assim, a oportunidade de o aluno usar a língua nas mais variadas situações de interlocução, entendidas como o espaço de manifestação por meio da linguagem.
O professor deve velar pelas necessidades linguísticas dos alunos e considerar o contexto em que estão inseridos.
No que se refere à língua, os alunos já possuem um vasto conhecimento linguístico e precisam apropriar-se de mais uma possibilidade de uso da língua pela devida condução do professor nessa trajectória.
Eles não devem ser levados a substituir suas experiências linguísticas e seu falar do quotidiano, uma vez que o ensino da gramática tradicional, por si só, não é suficiente para o desenvolvimento da competência comunicativa.
Assim, saber usar a língua não significa apenas ter competência gramatical, ou seja, ter o domínio das regras gramaticais, também é preciso outro s tipos de competência, como a comunicativa.
Feliciano António de Castro, professor Licenciado em Ensino da Língua Portuguesa e Literatura.
Por: FELICIANO DE CASTRO