O ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, avançou na tarde desta Sexta-feira, 27, que a entrada em cena do Angosat-2 e a inauguração do Centro de Controlo e Missão de Satélites o país poderá ampliar a sua rede no campo da telemedicina, uma ferramenta no combate e propagação de vária doenças
Para além desta área, o programa poderá ainda atender escolas públicas, reduzir a exclusão digital e o aumento da alfabetização digital. O ministro adiantou que o MINTTICS está a desenvolver um projecto para controlar a vazão nos rios e os possíveis derramamentos de combustível durante a exploração de petróleo.
“Com o ANGOSAT-2 e o projecto de observação da Terra que temos em curso, será possível controlar o ambiente, incluindo a migração de animais, à queima de incêndios florestais, que é um fenómeno que acontece em toda a África, bem como o controlo de estradas e projetos de desenvolvimento ferroviário, planeamento urbano, urbanização de vilas, cidades e migração”, realçou.
Em termos de telefonia móvel disse que Angola cobre apenas cerca de 51 por cento do território nacional, representando uma margem de crescimento significativa. Acrescentou que existe uma tecnologia chamada tecnicamente de Operadoras de Redes Virtuais Móveis (MVNOs), da qual incentivam as operadoras a utilizar, que envolve executantes móveis virtuaisque se somam a uma operadora móvel tradicional.
O ministro ressaltou ainda que, ao nível das tecnologias de informação também está a incentivar as principais operadoras e os criadores que possam surgir entre os jovens, a criarem plataformas que sirvam o mercado nacional, de igual modo a economia e as empresas nacionais.
“Os nossos jovens angolanos são altamente criativos, mas por vezes não têm o espaço necessário para desenvolver a sua criatividade”, enfatizou.
Falou que, em termos de pessoas capacitadas o sector supervisiona o Instituto de Telecomunicações, que tem um centro de treinamento no seu distrito, o CFITEL, centro que dá até certificações Cisco, Huawei e Microsoft.
De acordo com o responsável, os técnicos formados no referido centro têm a oportunidade de serem certificados por esses grandes fabricantes. Destacou, por outro lado, a inauguração, recentemente, do centro de excelência em pesquisa para treinamento de funcionários da Huawei e encorajou outros operadores internacionais a instalarem e criarem centros de formação no país.
Lembrou ainda da incubadora de empresas, supervisionada pelo Ministério, chamada Digital.ao., em que o jovem não paga nada e tem acesso à internet e a alguns serviços básicos, que lhe permite pensar, criar e fazer o que fazem no Vale do Silício.
Referiu que uma das maiores preocupações, à par da tecnologia, é potenciar a base de conhecimento dos jovens, para aumentar a sua empregabilidade. “Está provado que, em todo o mundo, as tecnologias da informação podem dar um enorme contributo para a redução do desemprego e isso tem um grande reflexo no PIB dos países”, disse.
Falou ainda do subsector dos media, que, segundo o ministro, está a desenvolver-se rapidamente, com a modernização das redes públicas de televisão e rádio, bem como a imprensa. “Acreditamos que a media não deve apenas informar, mas também educar. Também, fornecemos informações sobre tecnologias que estão sendo implementadas em todo o mundo”, realçou.
Finalizou dizendo que se esta a trabalhar a comunicação social, não só ao nível da informação, mas também na formação de cidadãos nas mais variadas vertentes da ciência, tecnologia e cidadania.
Investimento nas telecomunicações
Mário Augusto Oliveira referiu ainda que o país tem investido, nos últimos 25 anos, nas redes de fibra óptica, tanto terrestre como submarinas, de micro-ondas e no segmento espacial, tendo reafirmado que Angola está compenetrado na diversificação da economia e, consequentemente, as suas necessidades de telecomunicações são essenciais para atingir este objectivo.
O sector, conforme disse, está a trabalhar em projectos para expandir a rede nacional de banda larga de fibra óptica, segurança cibernética e modernizarção dos serviços de saúde e educação, impulsionada pelas tecnologias de informação, bem como desenvolver as redes de micro-ondas.
Por outro lado, Mário Augusto Oliveira ressaltou que o ANGOSAT-2, satélite angolano, fornecerá serviços na banda C, na banda KU e na banda KA, sistemas que passaram com sucesso no estágio de teste, estando a ser preparada a próxima etapa, que será a comercialização e prestação de serviços.
Conforme o ministro, com os investimentos dos últimos 25 anos o país conseguiu resistir à pandemia da Covid-19, porque nesta altura foi possível manter uma certa estabilidade na economia e os serviços funcionaram.
“Angola é um país de 1,2 milhões de quilómetros quadrados, e além dessa extensa área, as suas cidades são deslocadas. Portanto, o fim da exclusão digital é um dos principais serviços nos quais estamos focados”, salientou. Realçou que, a telemedicina é uma enorme realidade nas províncias do Moxico, Bengo, Huambo e Bié.
Texto de João Feliciano