Até Outubro, o valor das trocas comerciais entre Angola e China aumentou 47,06%, com as exportações de Luanda para Pequim a crescerem perto de 49% em relação aos dez primeiros meses de 2016, revelam os dados das alfândegas chinesas.
As trocas comerciais entre Angola e China subiram, nos dez primeiros meses de 2017, quase 50%, face ao mesmo período do ano anterior, atingindo USD 18,8 mil milhões, de acordo com as informações disponibilizadas pelas alfândegas chinesas e divulgadas pelo Fórum Macau. As exportações de Luanda para Pequim aumentaram 48,83%, situando-se em USD 16,92 mil milhões e as importações provenientes da potência asiática cresceram 32,82%, somando, entre Janeiro e Outubro, USD 1,87 mil milhões.
No referido período a China comprou ao conjunto dos países de língua portuguesa, até ao final de Outubro, bens avaliados em USD 68,38 mil milhões (mais 32,21%) e vendeu produtos no valor de USD 29,61 mil milhões, mais 24,60% em termos anuais homólogos. O Brasil permaneceu o principal parceiro comercial da segunda economia mundial, tendo o comércio entre os dois países atingido um valor de USD 72,83 mil milhões, o qual traduz um aumento anual homólogo de 29,26%. As exportações da China para o Brasil somaram USD 23,50 mil milhões, traduzindo uma subida de 33,12%, enquanto as importações totalizaram USD 49,33 mil milhões), mais 27,50% face aos primeiros dez meses de 2016.
Com Portugal, terceiro parceiro da China no universo dos países de língua portuguesa, o comércio bilateral cifrou-se até Outubro em USD 4,66 mil milhões (mais 0,50%), numa balança comercial favorável a Pequim. A China vendeu a Lisboa bens na ordem de USD 2,97 mil milhões (menos 11,69%) e comprou produtos avaliados em USD 1,69 mil milhões, mais 32,69% face aos primeiros dez meses do ano passado.
As trocas do país asiático com Moçambique, o seu segundo parceiro em África entre os países de língua portuguesa, cifraram-se em USD 1,49 mil milhões, um valor muito distante do apurado no comércio com Angola, denotando mesmo um ligeiro recuo (menos 0,88%) em relação ao mesmo período de 2016. No entanto, a China aumentou em 12% as suas importações do país do Índico, as quais se situaram em USD 169,18 milhões.
Menos exportações em Outubro
No mês de Outubro, ainda de acordo com as informações dos serviços de alfândegas chineses, as exportações de Angola para a China, sobretudo petróleo bruto, declinaram mais de 21,5% em comparação com Setembro, situando- se em USD 1,45 mil milhões, o que se reflectiu no valor global das trocas comerciais entre os dois países, que caiu mais de 19% em relação ao mês anterior. Luanda importou, entretanto, de Pequim produtos avaliados em USD 220,25 milhões.
Também o valor global das relações comerciais entre a China e o Brasil regrediu em Outubro face a Setembro, tanto no que respeita às exportações da potência asiática para terras de Vera Cruz (menos 10,53%), como às importações chinesas de produtos brasileiros (menos 29,79%). Dado que o valor das trocas comerciais com Portugal caiu, de igual modo, em Outubro, não admira que o mês registe uma quebra de mais de 22% no comércio da potência asiática com os oito países de língua oficial portuguesa.