A situação de segurança pública, no país, durante a comemoração do Ano Novo, foi considerada estável pela Polícia Nacional de Angola (PNA), que registou a ocorrência de pelo menos 27 crimes, maior parte dos quais resultantes de desentendimento entre membros da mesma família. O desentendimento entre dois casais terminou com um balanço de três mortes
Mais de 13 crimes na passagem de ano ocorrem no meio familiar. Os dados foram avançados pelo director nacional das Operações e Segurança Pública, comissário Orlando Bernardo, quando apresentava à imprensa o balanço das actividades desenvolvidas, no período em referência, com Luanda, Uíge, Huambo, e Bié a destacarem- se entre as províncias com maior número de casos.
Para este comissário da PNA, as forças de defesa e segurança trabalharam no sentido de garantir que a população celebrasse esta passagem de ano num clima de harmonia e paz social. No entanto, o comportamento de membros contribuiu significativa- mente para o registo de 27 crimes.
Na capital, por exemplo, Orlando Bernardo disse que foram perpetrados 20 crimes, sendo cinco homicídios, três dos quais são fruto de briga entre casais, dez ofensas à integridade física, quatro roubos e uma apreensão de arma de fogo. Destacou dois homicídios qualificados, um com faca e catana ocorrido quando um casal se desentendeu e, com fúria, um deles desferiu golpes ao parceiro, que acabou por falecer, enquanto o outro foi com fragmentos de garrafa de vidro.
“Importa esclarecer que dos crimes que foram aqui relatados, fundamentalmente, os homicídios, boa parte deles ocorreram em ambiente familiar e festivo, não que foram cometidos por marginais. Mas, porque alguns deles, como os três dos cinco homicídios em Luanda, foram por razões passionais”, avançou. Citou novamente Luanda para sublinhar uma ofensa à integridade física com cacos de garra- fa, por desavença entre casais e também a apreensão de uma ar- ma de fogo.
“Todos são crimes cometidos num ambiente festivo, num ambiente em que foge da vigilância das forças policiais” De acordo com Orlando Bernardo, na província do Uíge foi observado um caso de homicídio e igual número de abuso sexual e de tráfico ilícito de diamantes, diferente do Bié e do Huambo, onde os crimes foram mais para o desrespeito ao Código de Estrada, terminando em três despistes que resultaram em dois feridos, além de posse ilegal de arma de fogo e de estupefaciente.
Explicou que os números estão em consonância com as projeções da PNA, que expectava estes dados, por conta das proibições de festas, nesses períodos dos anos anteriores, em cumprimento das orientações baixa- das pelas autoridades sanitárias do país. “Este ano foi de maior abertura em que se realizaram festas por todos lados, e é natural que estes resultados são, na verdade, aqueles que se está a espera. Mas, é natural que, quando já há homicídios, ninguém deve dizer que é o que se está a espera”, avançou o comissário.