Os preços registaram em Outubro a maior variação mensal desde o início do ano, fixando-se a taxa de inflação homóloga na província de Luanda em 28,96%, o que confirma, para já, a inversão da tendência de descida da inflação observada em Setembro
Por: Luís Faria
A inflação homóloga voltou a subir em Outubro na província de Luanda, registando a maior variação mensal observada este ano, de acordo com a informação disponibilizada ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). No último mês, os preços subiram 2,98% em relação a Setembro. Das doze classes de consumo consideradas pelo INE, dez apresentaram uma taxa de variação superior à unidade.
Em Outubro de 2017, a taxa de inflação homóloga na província de Luanda situou-se em 28,96%. Em igual mês de 2016 atingira 40,04%. Cumpridos dez meses deste ano, a taxa de inflação acumulada (que soma as variações verificada de mês para mês) é de 23,58%, quando no mesmo período do último ano ascendera a 36,03%.
A taxa de inflação homóloga compara o preço do cabaz completo, que serve de base ao Índice de Preços no Consumidor (IPC) do INE num determinado mês, com o seu preço no mesmo mês do ano anterior. A taxa
de inflação homóloga, que havia invertido em Setembro, a rota descendente verificada desde o início deste ano é a que serve de referência à condução da política monetária.
A classe ‘alimentação e bebidas’ foi a que mais influenciou o aumento dos preços em Luanda, contribuindo com 0,99 pontos percentuais para a variação mensal de 2,98% verificada, seguindo- se as classes ‘bens e serviços diversos’, ‘vestuário e calçado’ e ‘saúde’.
Quando se analisa o impacto inflacionário dos diferentes produtos seleccionados pelo cabaz do INE, constata-se que a maior contribuição para a elevação dos preços é dada pelos ‘serviços de cabeleireiro para senhora’, um produto nacional, ‘automóvel’ e dois outros produtos nacionais: ‘renda de casa’ e ‘consulta médica’.
Entre os produtos alimentares que mais fazem subir os preços, destacam-se as ‘miudezas de vaca’ e o ‘carapau fresco ou congelado’ (outro produto nacional’. Os produtos cujos preços mais subiram, comparativamente aos preços médios verificados em Setembro e Outubro, foram as ‘miudezas de vaca’ (5,7%), o ‘peixe cachucho’ (4,9%), o ‘peixe espada’ (4,17%) e as ‘costeletas de porco’ (4,1%). Inflação nacional A nível nacional, o Índice de Preços no Consumidor Nacional registou uma variação de 2,39%, no período de Setembro a Outubro de 2017.
As províncias que registaram um maior aumento foram Luanda, com 2,98%, Lunda-Sul, 2,07%, Lunda-Norte, 1,80%, Cunene, 1,77% e Bengo com 1,72%. As províncias com menor variação, foram o Cuanza-Norte, com 1,20%, Zaire, 1,33%, Bié, 1,34%, Cabinda, 1,38% e Cuando Cubango, com 1,50%. A variação homóloga, em termos nacionais, foi de 26,25%, contra 25,18% em Setembro e 38,69% em Outubro de 2016.
A classe ‘Alimentação e Bebidas não Alcoólicas’ foi a que mais contribuiu para o aumento do nível geral de preços, com 0,86 pontos percentuais durante o mês de Outubro, seguida pelas classes: ‘Bens e Serviços Diversos’ com 0,28 pontos percentuais, ‘Vestuário e Calçado’ com 0,27 pontos percentuais e ‘Saúde’ com 0,23 pontos percentuais.
As restantes classes obtiveram taxas inferiores a 0,23 pontos percentuais. A nível do país, a classe de produtos que mais contribuiu para o aumento da inflação foi ‘renda de casa’ (um produto nacional), seguindo- se ‘automóvel’, ‘serviço de cabeleireiro para senhora’ e ‘consulta médica’, correspondendo também as duas últimas classes a produtos nacionais.